quarta-feira, junho 20, 2018

MUNDIAL À LUPA: Só uma bola de bilhar derrubou o bunker nuclear iraniano


Foi preciso uma bola de bilhar às três tabelas para fazer desabar o bunker que Carlos Queiroz montou para parar a Armada Espanhola. Ao longo de 45 minutos, o bunker nem sequer tremeu com os ataques de nuestros hermanos. O técnico português colocou duas linhas tão baixas e próximas que houve momentos que o sistema tático dos asiáticos mais parecia um 6-4-0 ou 6-3-1.

Os espanhóis, no seu jogo habitual de muita posse, tentavam entrar no último reduto pelas alas, pelo meio, mas exageraram na falta de objetividade, quase parecendo que queriam entrar com a bola na baliza de Beiranvand.

Nas poucas vezes que saíram do bunker, os iranianos mostraram qualidade apesar de nunca ter sido suficiente para causar calafrios à defesa liderada por Sérgio Ramos.

Na segunda metade a equipa espanhola pareceu transfigurada para melhor, sempre com o seu carrousel habitual, com Isco como elemento-chave, mas mais objetiva e finalmente criando desequilíbrios. Porém, depois de algumas oportunidades, o golo só surgiria numa bola às três tabelas, onde um defesa do Irão, ao tentar desarmar Diego Costa, chutou contra o joelho do hispano-brasileiro, com a bola a só parar no fundo da baliza do Irão.

O bunker iraniano desabava com uma simples bola de bilhar, quando havia resistido a todas as tentativas bélicas espanholas. Porém, quando se pensou que estava feito o mais difícil e a Espanha partiria para o avolumar do marcador, foi a vez dos iranianos saírem do bunker com artilharia pesada, que só a muito custo não resultou na reposição da igualdade.



O Irão até festejou o empate, mas viu o golo ser anulado e bem, por fora-de-jogo e mão. Mas outras oportunidades surgirião, e por muito pouco De Gea não acabou a ir buscar a bola ao fundo das suas redes. No lance mais perigoso e mais espectacular do ataque de Queiroz, Mehdi "humilhou" Piqué com um túnel e serviu o ponta-de-lança da sua equipa que na área desviou de cabeça com a bola a passar pouco por cima da barra.

Foi essa a toada até final, um Irão dominador, com qualidade no processo de construção, que mostrou que o armamento à disposição talvez não justificasse a aposta no bunker. Muitas dificuldades esperam Portugal para ultrapassar o fantástico trabalho que Carlos Queiroz desenvolveu à frente dos iranianos. Os espanhóis deixaram uma imagem mais pálida que a da estreia, um pouco à imagem de todos os favoritos até ao momento neste Mundial.

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