quarta-feira, fevereiro 22, 2017

O mestre macaco não tem saldo para falar para o estrangeiro


Anda o FC Porto a investir na educação do líder da sua claque, que até já é Mestre com nota elevada, após todos os professores terem visto toda a sua família, amigos e companhia ameaçados, e esqueceu-se de inscrever o macaco num curso de Inglês Técnico. O Pinto da Costa é tão bem posicionado no Partido Socialista e não pediu ao Sócrates o mesmo curso de inglês?

Soubesse macaco inglês ou alemão e certamente o Porto não teria perdido este jogo. Ou então até sabe línguas mas não tem saldo no telemóvel para chamadas internacionais, gastou tudo em Porsches...

Bom, mas vamos ao jogo entre estas duas equipas com fortes relações à Máfia. Este Juventus-Palermo não foi mais do que já era esperado. Uma equipa a lutar pelo título contra a equipa siciliana que luta para não descer de divisão e que como tal usou o catenaccio para tentar o 0-0 que é o seu resultado preferido.

Ora se o Porto não consegue marcar golos ao Tondela, Belenenses, Chaves, Setúbal, não seria com toda a certeza à Juventus que iria conseguir essa arte misteriosa de meter a bola no fundo das redes dos adversários.

Só que o problema não foi a tática nem a diferença de valores entre as duas equipas. Foi mesmo o hábito de poder virar os adversários ao contrário sem que isso dê motivo para cartões. Depois de Layun ter tentado assassinar meia equipa do Rio Ave e ter acabado com um amarelo, o FCP achou que era sempre assim e o Alex Telles em um par de minutos, farto de nem cheirar a bola, pensou que estava no UFC e não na Champions e a coisa correu-lhe mal. Isto de porem árbitros estrangeiros a apitar jogos do Porto não lembra a ninguém!

Quanto ao jogo em si, a Juventus fez um belo passeio à cidade do Porto. De manhã foram à Ribeira, passaram na Foz, almoçaram umas tripas e francesinhas, dormiram uma sesta e à noite foram conhecer o Estádio do Dragão e fazer um meinho. Bola ia da direita para a esquerda, ia atrás, ia à frente, ia ao poste, ia para o fundo das redes. Deu para tudo.

Já o Porto, apostou tudo naquele refugiado sírio que joga na esquerda do ataque e o rapaz revelou toda a sua vontade. Ao ver que tinha uma bola em condições para dar uns chutos, agarrou-se a ela como uma criança que recebe uma bola no Natal e não a passou a ninguém. É bom ver que este país acolhe bem os refugiados e os torna mais felizes. Quanto ao Tiquinho, o goleador, percebeu que quando não está o Tondela ou o Sporting pela frente, ou seja, quando joga contra equipas de futebol, a bola passa a ser um objeto estranho e difícil de dominar... até porque o refugiado não gosta de a partilhar com ninguém.

Foi um princípio de noite muito agradável no Dragão, em que tantos mafiosos se juntaram sem que tenha havido tiroteios. Só o Alex Telles quis armar paulada para animar a noite mas a coisa não pegou. Provavelmente porque o alemão do apito não estava para cowboiadas. A ver se a próxima palestra do NES tem um desenho com o mapa para o centro de estágio onde treina o árbitro nomeado pela UEFA.

Depois de nos últimos dias ter lido tanto artigo sobre como o Porto podia surpreender a Juve, levar a melhor na eliminatória, o banho de realidade chegou. No único jogo de elevadíssimo grau de dificuldade da época até ao momento, o dragão levou um banho da Velha Senhora, que apesar da já ter artroses e espondilose em estado avançado, ainda pôs o bicho bem lavadinho e a brilhar. Provavelmente na visita a Turim sai de lá a cheirar a novo.

segunda-feira, fevereiro 20, 2017

O Ovni de Rafa, a foca de Salvio e os dentes de um grego no bar do Simão


A tradição já não é o que era. Quando dava o Festival da Canção não havia mais nada no país ao mesmo tempo. Isto de porem o Benfica a jogar à mesma hora que o Festival da Canção é um crime lesa pátria! Como o Benfica ir jogar a Braga e não jogar em casa...

A análise ao Festival da Canção deixo-a para o Goucha e para o Malato, por isso vamos mas é falar de coisas sérias! O Benfica ganhou na Pedreira e continua na frente. Só que garantir os três pontos esteve longe de ser fácil. Mais facilmente o tipo que entrou no bar onde estava o Jorge Simão sacou a tipa que ele andava a dar conversa há não sei quantas horas.

E na verdade o Simão voltou novamente a ir para casa a xuxar no dedo e tudo graças a um grego que parece o Tutankamon. Com o Jonas de fora devido a ter de se apresentar no Centro de Saúde de Sete Rios às 7h da manhã desta segunda-feira, como qualquer idoso que se preze quando a contas com problemas clínicos, o Benfica parecia que não sabia muito bem o que fazer à bola nos últimos 20 metros. E tudo por culpa de quem? De dois jogadores para quem a que fazer à bola parece um mistério.

O pequenito Rafa fez talvez o seu melhor jogo com a camisola do Benfica, mas à imagem do que já havia acontecido noutros jogos, desconhece o que é uma baliza. Há quem veja Ovnis a pairar por cima de uma azinheira (espera, isso era a Nossa Senhora... adiante) e depois há o Rafa, que vê uma baliza duas ou três vezes ao ano e não sabe ainda se há de acreditar que existem ou não. O ex-jogador do Braga parecia que estava a jogar em casa, como nos tempos dos arsenalistas, sempre a rasgar em alta velocidade, sem que os seus ex-companheiros soubessem muito bem como o travar. Eles até souberam, foi dando com força nas suas pernas para que Rafa os deixasse respirar um bocadinho. O problema de Rafa foi mesmo quando chegou perto da baliza, onde como sempre procura alguém a quem passar a bola, que aquilo de a chutar para umas redes não é para ele.

Ao invés, o argentino Salvio parece que está a querer recuperar dos vários meses que perdeu nos últimos anos devido a lesão. Como esteve tantos e tantos jogos de fora, quer a bola só para ele. Parece uma foca a fazer números de circo. Pega nela e lá vai ele. Finta um e perde a bola. Finta dois e perde a bola. Não finta ninguém e perde a bola. Chuta de qualquer maneira para lado nenhum. E quer que lhe passem a bola sempre que possível que isto de ir atrás dela é coisa para cansar. Sempre que está em campo e não na enfermaria, o lateral esquerdo contrário já sabe que a Avenida Salvio está aberta à sua circulação.

Gosto muito do Salvio mas não percebo porque continua a jogar a titular. O seu momento de forma faz com que até o Carrillo pareça um dos melhores extremos do futebol europeu. Nunca defende e é por aí que passa (a par do Pizzi como já aqui falei há dias) a falta de segurança defensiva do Benfica. Ainda para mais, por estar em campo, obriga o jogador mais talentoso do plantel, o sérvio Zivkovic, a ficar agarrado à esquerda onde rende muito menos que à direita. E pior é que com o Salvio em campo o Pizzi parece que fica com o estrabismo mais acentuado e só olha para a direita por onde a equipa do Benfica canaliza 90% do seu jogo.

Dito tudo isto, o jogo foi muito difícil, o Braga jogou com uma garra que se certamente a tivesse tido nos últimos cinco jogos não tinha ficado a pão e água como o seu treinador no bar. O meio-campo do Benfica voltou a ter muitas dificuldades, especialmente o Fejsa que joga sozinho contra o mundo e com tantas porcas e parafusos cheias de ferrugem ainda acaba em Sete Rios como o Jonas!

Felizmente, quando parecia que ia ficar tudo como começou, surgiu o grego Mitroglou, pela segunda vez nesta semana, a resolver o jogo. Até deu para perceber que tem dentes, algo nunca antes visto em dois anos em Portugal. Para além dos dentes que nunca tinha mostrado, este Tutankamon helénico mostrou ainda uma capacidade técnica desconhecida. Andou dois anos a fingir que era trapalhão só para garantir os três pontos na Pedreira. Qual Messi que finta 20 chineses numa cabine telefónica, Mitro saiu do meio de três ou quatro arsenalistas e acabou com o jogo. Provavelmente, inspirou-se na história de Jorge Simão. É que ter relações num WC de discoteca dever ser mais ao menos como o golo do grego. Obriga a encontrar espaço para a concretização num terreno muito apertado.

Agora é esperar que o Jonas consiga senha para atendimento até sexta-feira para regressar para a receção ao Chaves e deixar o Porto a quatro pontos na expectativa que não saibam jogar xadrez no Bessa. Até porque depois de jogarem com uma equipa como a Juventus na quarta-feira, com um equipamento a fazer lembrar os irmãos Metralha, talvez a claque não ameace mais nenhum árbitro com medo de acabar com uma camisola semelhante... vulgo, no xadrez!

quarta-feira, fevereiro 15, 2017

O Pizzi na ala em Dortmund e digam ao Luisão que o próximo jogo é sempre o 500



A internet 2.0 democratizou a opinião. Agora qualquer um manda os bitaites que quer na internet, seja nas redes sociais, nos blogues ou nas caixas de comentários dos jornais. Logo o nível de disparates e parvoíces aumentou de forma assustadora. Qualquer um dá opiniões como se fosse o Marcelo Rebelo de Sousa ou o Marques Mendes (no caso dos mais baixinhos). Até eu dou opiniões! Mas neste caso é um privilégio para quem lê :)

Vamos lá a coisas sérias. O Benfica ganhou ao Dortmund por 1-0. Teve a sorte toda e mais alguma que podia ter. E teve o Aubameyang a fazer de terceiro central. Sempre que estava apertado, chutou para fora! Ainda é tipo para vir substituir o Lindelof na próxima época!

Podemos agradecer aos santinhos todos, à Nossa Senhora do Caravaggio, ao São Ederson e ao Espírito Santo do Aubameyang (não ao Nuno que esse coitado já tem mais com que se preocupar, se bem que este gabonês a jogar assim era o avançado ideal para o FCP para quem meter a bola na baliza é uma ciência oculta). Só que uma pessoa ia ao Facebook e lia uma vasta quantidade de experts a dizer que o Rui Vitória era cego e que a exibição era uma vergonha.

Que eu saiba o Eusébio e o Coluna já morreram. O Humberto Coelho é Vice-Presidente da FPF e o Chalana já não joga... Já abriam os olhos e percebiam que as equipas portuguesas nos oitavos da Champions estão ao nível do Cova da Piedade se subisse à primeira divisão.

Durante 90 minutos o Benfica levou um verdadeiro chocolate. Como o puto do bairro que quer jogar à bola com os graúdos lá da rua e estes começam a fazer uma rabia até que o puto começa a chorar e vai para casa. Felizmente não foi o caso. É que o puto chamou o irmão mais velho, que é uma girafa, e mandou uma cabeçada na bola que pôs os outros todos em sentido.

Pensar que o Benfica vai jogar de igual para igual com um Dortmund é tão provável como o Éder marcar um golo que dá um Europeu a Portugal (ah espera que isso já aconteceu... mas foi por engano e nem que nasça 10 vezes, como diz o profeta da Reboleira, se volta a repetir).

Faltam 90 minutos para que o impossível possa acontecer. E o grande líder Rui Vitória, que com 35 lesões numa época consegue estar na frente na Liga, à beira dos quartos da Champions e nas meias da Taça de Portugal, só tem mesmo que pôr o Pizzi na ala na Alemanha. O nosso Maradona estrábico vira uma espécie de Michael Thomas quando pela frente não estão o Tondela, o Arouca ou o Paços de Ferreira... ou o Sporting, que é do mesmo campeonato.

É pôr os quatro do costume atrás, o Fejsa e o Felipe Augusto no meio, o Zivkovic à direita, o Pizzi à esquerda e na frente o Jonas e o Jimenez, que o mexicano é o jogador ideal para varrer aquela defesa. É a versão Forrest Gump com sombrero. Corre que se farta e nem sabe bem para onde, mas não pára e isso é que importa. É o contraponto do Salvio que ao fim de 10 minutos de cada jogo já está a pedir substituição... Toto, não sei o que se passa, mas até o Eliseu corre mais que tu homem!

Junta-se a fé no milagre e no São Ederson e vamos ter o Benfica novamente nos quartos, como sempre acontece quando chega aos oitavos da Champions. Vão 3 em 3 no que diz respeito a passagens aos quartos neste modelo da Liga Milionária. E já agora continuar a acreditar que o Aubameyang vai falhar a segunda mão. Ele em Lisboa e o Messi em Paris foram as grandes baixas da primeira mão dos oitavos. Que o gabonês volte a não marcar presença, já o Messi estou-me nas tintas.

Ah... e digam ao Luisão que em Braga é o jogo 500 dele no Benfica. E a seguir com o Chaves idem. E com o Feirense. E novamente com o Dortmund. O número de vezes que o girafa pediu aumento de ordenado nestes 14 anos equivale ao número de jogos que será o 500. Ainda vai chegar aos 600 a achar que é o jogo 500!

segunda-feira, fevereiro 13, 2017

Uma Champions de oportunidades


Ao longo dos últimos anos a mais entusiasmante competição de clubes do mundo tem tido vencedores previsíveis. À entrada para cada edição, Barcelona, Real Madrid e Bayern de Munique parecem estar sempre um passo mais à frente dos opositores dado o poderio das suas equipas.

Olhando para as últimas oito finais, apenas por duas vezes o vencedor não foi uma das equipas acima mencionadas. O Inter de Milão de José Mourinho em 2009/2010, batendo o Bayern, e dois anos depois, em 2011/2012, com o Chelsea a levar também a melhor sobre os alemães. Nos últimos quatro, o vencedor foi sempre um dos dois grandes espanhóis ou o gigante alemão, apesar dos finalistas terem sido sempre equipas menos óbvias: Atlético de Madrid (duas vezes, ambas as que foram ganhas pelo rival de Madrid), o Dortmund (que caiu perante o também alemão Bayern) e a Juventus (derrotada pelo Barcelona).

Mas se a hegemonia destes três tem sido uma constante quase exclusiva nesta década, este ano parece o ideal para qualquer equipa poder sonhar. Qualquer talvez seja exagerado, mas algumas das que estão em prova podem certamente fazê-lo pois ninguém parece suficientemente sólido para ter um favoritismo exagerado.


É que se olharmos para o Real e para o Bayern, em especial, estão longe de convencer. No caso dos merengues, Ronaldo apesar de continuar a marcar golos, parece uma sombra do que costuma ser, tanto a nível interno como externo. E na Europa o Real foi segundo no grupo, com um empate embaraçoso em Varsóvia e dois jogos muito sofríveis com o Sporting. Enquanto os bávaros, apesar do passeio na Bundesliga tal a diferença de qualidade para as restantes equipas, já não é aquela máquina trituradora ofensiva de há uns anos, parecendo sempre ganhar com serviços mínimos. E na Europa passou por dificuldades, ficando em segundo no grupo atrás do Atlético de Madrid sofrendo uma derrota surpreendente na Rússia com o Rubin Kazan.

Já o Barça tem sido muito irregular, mais a nível interno que externo, mas com o tridente ofensivo MSN (Messi-Suarez-Neymar) em super forma acaba por parecer o principal candidato, mas menos consistente do que noutros anos.

Fazer prognósticos é difícil, mas tendo em conta o aparente menos poderio deste trio, são várias as equipas que poderão sonhar com uma surpresa. À cabeça o Atlético de Madrid, com um campeonato menos conseguido, pode concentrar atenções na Champions e conseguir, à terceira tentativa, o título. O Dortmund, também com uma época abaixo das expectativas na Bundesliga, pode lançar todos os trunfos na competição dos milhões, mas neste caso parece mais difícil dado não ter tantos argumentos. O PSG, há vários anos atrás do sucesso na liga milionária, também está longe das épocas anteriores, e com o Barça pela frente nos oitavos o sonho parece mais uma utopia.

Outros dois que poderão ter fortes aspirações são a Juventus e o vencedor da eliminatória entre City e Mónaco. No caso dos transalpinos, o seu vasto plantel e o momento de forma tornam a Velha Senhora num dos mais sérios candidatos ao título que lhes escapou há dois anos. Já City e Mónaco, ainda que mais rebuscados, podem também sonhar certamente. Os ingleses pelo seu plantel de enorme qualidade liderado por um dos melhores treinadores do mundo, Guardiola, mas que tem falhado na Premier League, enquanto os franceses são a equipa do momento na Europa. Uma máquina de fazer golos recheada de jovens talentos com Bernardo Silva à cabeça.

Dos portugueses pouco haverá a esperar em termos de aspirações ao título. O FC Porto, com a Juve pela frente, parece condenada à eliminação, enquanto o Benfica, mesmo conseguindo levar a melhor sobre um Dortmund em crise, dificilmente terá argumentos para mais do que isso.