sexta-feira, novembro 28, 2014

TOTOBOLA FUTEBOL À LUPA - 13ª JORNADA

E lá vem mais uma jornada da Liga Portuguesa, a última já foi há tanto tempo que já nem me lembro o número de palpites certos. Foi há tanto tempo que o Benfica ainda estava na Europa... Mas falando de coisas sérias:

Vit.Guimarães - Moreirense - 1X
Belenenses - Arouca - 1
Penafiel - Sp.Braga - 2
Sporting - Vit.Setúbal - 1
Marítimo - Boavista - 1
Gil Vicente - Nacional - 2
Académica - Benfica - X2
FC Porto - Rio Ave - 1
Paços Ferreira - Estoril - 1X

Muitas vezes a lógica é uma batata, mas se há jornada mais ou menos óbvia, esta parece uma delas... agora só falta haver uma série de surpresas e quem fica mal na fotografia é aqui o je...

Apenas três duplas e até abdico da tripla habitual. Começando pelos jogos mais incertos, com aposta dupla, teremos já hoje o derby minhoto, entre os vizinhos Vitória de Guimarães e Moreirense. A fazer uma grande época, os vimaranenses são favoritos mas a eliminação caseira da Taça frente ao grande rival minhoto, o Sp.Braga, poderá ter deixado marcas. Ainda para mais num jogo contra uma super bem organizada equipa, com os cónegos de Miguel Leal a já terem concretizado boas exibições e resultados inesperados, como o empate contra o Braga ou a vitória na Choupana.

Outro jogo de dupla é o Académica-Benfica, não porque os encarnados não sejam claros favoritos, mas porque os estudantes não perderam um único jogo em casa (é certo que também não venceram nenhum, mas se mantiverem o ritmo, sairá o 6º empate, relembrando que o Sporting foi um dos empatas) e porque a ressaca da desilusão europeia dos campeões nacionais poderá destabilizar a formação de Jorge Jesus.

Por fim, o Paços-Estoril, as duas equipas canarinhas que se defrontam na capital do móvel. Os homens de Paulo Fonseca têm não só o factor casa a seu favor, como um ciclo de invencibilidade desde a 3ª jornada (o ex-técnico do FCP já leva quase época e meia à frente dos castores, com a época passada de intervalo, quando estava no Dragão, e só perdeu na Liga contra a sua agora ex-equipa e o SL Benfica). Do outro lado, o Estoril demonstra o valor que tem caracterizado a equipa nas últimas épocas, ainda que se sinta o peso que a Liga Europa tem tido em termos de resultados nacionais. Contudo, o valor da equipa poderá complicar a tarefa aos da casa. Sendo certo que o facto do mau tempo ter adiado a segunda parte do jogo do Estoril com o PSV poderá sair caro pelo menor período de repouso da equipa, apesar desta partida apenas ter lugar na segunda-feira à noite.

Quanto ao resto da jornada, FC Porto e Sporting parecem ter jogos tranquilos pela frente (o dos azuis e brancos essencialmente porque o Rio Ave deve chegar bastante desgastado ao Dragão), assim como Belenenses e Marítimo, que poderão dar sequência ao bom campeonato que têm tido, principalmente os do Restelo. Braga e Nacional também surgem como claros favoritos, apesar de ambos ainda procurarem a primeira vitória fora na Liga. Esta jornada parece a oportunidade de ouro para o concretizarem.

quinta-feira, novembro 06, 2014

TOTOBOLA FUTEBOL À LUPA - 10ª JORNADA

Na semana passada acertei mais de 50% dos jogos, depois de na oitava apenas ter falhado um. Isto dos palpites não é fácil, mas vamos a mais um lançamento de uma jornada da Liga Portuguesa e com algumas apostas muito arriscadas:

Arouca-Vit.Guimarães - 1
Braga-Gil Vicente - 1
Vit.Setúbal-Marítimo - 1X2
Moreirense-Belenenses - 1X
Nacional-Benfica - 1X
Boavista-Penafiel - 1X
Sporting-Paços de Ferreira - 1
Estoril-FC Porto - 2
Rio Ave-Académica - 1

Não querendo apostar no óbvio, esta é uma semana de arriscar algumas surpresas. E começa logo pelo jogo de abertura. Depois de uma grande vitória dos vimaranenses sobre o Sporting, aposto na sua derrota no campo do Arouca. É um palpite, baseado no facto de por vezes as equipas facilitarem depois de um grande resultado e também porque falta uma pedra basilar, Bernard. Aposta de risco, é certo, pois os da cidade-berço são claros favoritos.

Quanto aos grandes, a surpresa é a aposta na derrota ou empate do Benfica na Madeira. Várias exibições pouco convincentes dos encarnados e a visita a um campo tradicionalmente difícil faz-me apostar numa surpresa, mas tal como no jogo anterior, também aqui o campeão nacional entra como favorito.

O Sporting terá osso duro de roer (Paulo Fonseca leva quase ano e meio - não seguido - à frente do Paços e até hoje só perdeu com Benfica e Porto em quase 40 jogos) mas com maior ou menos dificuldade acredito que vencerá, ainda para mais de novo com a moral em cima graças à vitória convincente de ontem na Champions. Já o Porto, também em bom momento, já com a passagem aos oitavos da Champions assegurado, terá uma deslocação complicada ao Estoril, mas o facto dos canarinhos jogarem um dia depois dos azuis e brancos nesta semana europeia poderá ser decisivo para desequilibrar ainda mais os pratos da balança.

Por fim, a justificação das duplas e triplas. A tripla desta semana é o jogo do Bonfim. Duas equipas que perderam na semana passada e que buscam o regresso às vitórias. Difícil de prever, poderá cair para qualquer lado. Já as duplas, são a deslocação do Belenenses a Moreira de Cónegos, onde os minhotos são favoritos, na minha opinião, apesar do excelente momento dos azuis, o outro vai para o Boavista-Penafiel, as duas equipas que considero mais fracas da Liga. O factor casa poderá ajudar a decidir a partida.

segunda-feira, novembro 03, 2014

A Vitória de fazer Omoletes sem Ovos


Começam a faltar adjetivos para classificar este início de época do Vitória de Guimarães. Mas mais do que elogiar este arranque demolidor, que ainda este sábado atropelou sem apelo nem agravo o Sporting, é preciso destacar o trabalho de Rui Vitória. O técnico dos vimaranenses é um autêntico milagreiro. O prestigiado diário desportivo italiano, Gazzetta dello Sport, apelidava-o de mágico há umas semanas atrás, pelo trabalho que tem desenvolvido na cidade-berço.

Mágico ou milagreiro, certo é que há mais de dois anos que venho comentando com amigos que qualquer treinador dos mais prestigiados (um Mourinho, um Jesus ou qualquer outro) do mundo dificilmente conseguiria fazer melhor do que descer ou ficar próximo disso se estivessem à frente dos destinos da formação minhota. A passar uma grave crise financeira há alguns anos, o Vitória viu-se obrigado a apostar nas suas camadas jovens ou em jogadores provenientes de escalões inferiores, sem qualquer experiência de primeira divisão. Como acontece com outros primodivisionários, mas com a diferença que esses, regra geral, terminam nos lugares de despromoção.

Pelo contrário, Rui Vitória conseguiu conduzir este Vitória a épocas tranquilas e até de glória, como há dois anos, onde deu a estocada final num Benfica que viu o sonho tornar-se num dos maiores pesadelos da sua história, ao perder no Jamor a final da Taça de Portugal para os vitorianos, depois de já ter falhado o campeonato e a Liga Europa. Rui Vitória conquistava a primeira Taça de Portugal do clube com uma equipa de tostões.

Dois anos volvidos, está no terceiro lugar da Liga, decorrido o primeiro quarto da prova, a apenas dois pontos da liderança e a um do FC Porto. Olhando para o onze apresentado no último sábado, na quase goleada perante os leões, vemos sete jogadores portugueses, uma média de idades de 23 anos, mas uma identidade, um garra e uma qualidade únicos. Rui Vitória não olha a idades, nem a proveniências.

Está a tornar um jovem oriundo do Benfica de Castelo Branco, do Campeonato Nacional de Seniores, no novo Paulo Oliveira (João Afonso), fez de um quase desconhecido Bruno Gaspar o titular indiscutível no lado direito da defesa, depois de alguns anos perdido no Benfica B sem qualquer oportunidade na equipa principal, lançou um jovem de 19 anos, o ganês Bernard, formado no Vitória, que é hoje a segunda grande referência da equipa, atrás do capitão André André, e melhor marcador da equipa com quatro golos.

Quanto a André André, o médio formado no Varzim, filho da ex-glória do FC Porto com o mesmo nome, merece já uma chamada à seleção e a oportunidade num grande. É um trabalhador nato, mas que alia a sua capacidade guerreira a uma excelente capacidade técnica, visão de jogo e poder de fogo. E na frente, três jogadores provenientes da equipa B, com destaque para o ala direito Hernâni, um fantasista, com um pé esquerdo extraordinário e uma velocidade de ponta que deixa os adversários pregados ao relvado.

Do onze dos vitorianos, apenas João Afonso, Traoré e Bakari Sané não têm um único minuto na equipa B. Os restantes, sem exceção, passaram pela segunda equipa dos vimaranenses antes de se afirmarem na principal. Um exemplo para a maioria dos clubes portugueses que optam por mandar vir contentores de sul-americanos sem qualidade, ao invés de apostarem na excelente formação que existe no nosso país.

Na estreia em Guimarães, Rui Vitória foi 6º (pegou na equipa já com a Liga a decorrer deixando o Paços de Ferreira que treinava há duas épocas), na época seguinte venceu a Taça de Portugal e foi 9º, a poucos pontos do top-5, tendo o ano passado ficado num tranquilo 10º lugar. Está sem dúvida talhado para outros voos, resta saber quando chegará a oportunidade. Em teoria, e até pegando na realidade atual dos três grandes, o Benfica é destino mais provável. Primeiro pelas relações próximas com Luís Filipe Vieira, que nele apostou para os juniores do Benfica após uma primeira experiência no Vilafranquense, depois por ser um formador e um técnico que com poucos recursos consegue fazer muito, o ideal para uma nova fase que se prevê na Luz, onde Vieira quer apostar fortemente na prata da casa, fruto do excelente trabalho desenvolvido no Seixal que precisa de ver a luz do dia a nível sénior. E por fim, porque Jorge Jesus poderá estar a cumprir a última temporada de águia ao peito, deixando aberto o caminho para o homem que lhe adiou um dos maiores sonhos de JJ, a vitória no Jamor, que viria a conquistar um ano depois. Será esse o percurso que lhe está destinado? Nos próximos meses saberemos mas o sucesso que tem atingido faz prever uma nova aventura profissional na próxima temporada.