sexta-feira, agosto 29, 2014

TOTOBOLA FUTEBOL À LUPA - 3ª JORNADA

Estamos a melhorar, a semana passada apenas dois jogos falhados. Vamos à 3ª Jornada:

Académica - Vit. Setúbal - 1X
Os estudantes procuram a primeira vitória enquanto os sadinos tentam dar sequência à vitória caseira da segunda jornada. Encontro equilibrado com ligeira vantagem para o factor casa, onde o Sporting já perdeu pontos logo a abrir a Liga.

Belenenses-Vit. Guimarães - 12
Duas equipas muito jovens, com talentos nacionais (e não só) a eclodir e duas vitórias em outros tantos jogos. Por certo será um bom jogo, com golos e emoção. Difícil é acertar quem ganha. Pode dar para qualquer lado, tudo menos o empate.

Braga-Estoril - 1
O empate em Moreira de Cónegos não será revés psicológico para os arsenalistas que de regresso a casa vão querer somar os 3 pontos. Os canarinhos parecem ressacar a ausência de Marco Silva e este não é o melhor jogo para ganhar um novo rumo.

Gil Vicente-Marítimo - 2
O início de época não tem sido famoso para os de Barcelos (já a segunda volta do ano passado havia sido pouco auspicioso) e o Marítimo entra como favorito. A ver se confirma o bom jogo no Dragão e a vitória caseira contra os estudantes há 7 dias.

Penafiel-Paços - 1
Um jogo entre vizinhos, com o Penafiel a querer somar os primeiros pontos na Liga (assim como o Paços). O Paços deu réplica interessante aos dois candidatos ao título, mas acreditamos que será mais um ano difícil na Capital do Móvel.

Nacional-Arouca - 1
Algum dia os madeirenses regressarão às vitórias. O início tem sido desastroso e o cansaço da partida de ontem com o Dínamo de Minsk, que atirou os insulares para fora da Liga Europa, irá pesar. Contudo, o Arouca será o adversário ideal para começarem a dar a volta por cima.

FC Porto-Moreirense - 1
Será uma fortaleza a tentar não ser derrubada por um autêntico carro de batalha. A verdade é que os cónegos já conseguiram passar incólumes em dois difíceis jogos, fora frente ao Nacional e em casa contra os vizinhos minhotos do Braga. Mas à terceira será de vez e é totalmente improvável que não seja uma vitória fácil dos azuis e brancos.

Benfica-Sporting - 1
Ponto prévio, nos jogos entre grandes não há apostas múltiplas, senão seria sempre 1X2. Como tal, aposto na vitória dos encarnados. Os leões não marcam um golo na Luz há 7 longos anos para a Liga e têm tido um arranque aos trambolhões, com um empate a abrir e uma vitória no último segundo na segunda jornada. Os campeões nacionais irão dar tudo para deixar o rival a 5 pontos e apesar das baixas da pré-época, parecem continuar a ser superiores em Lisboa.

Rio Ave-Boavista - 1
O moral está nos píncaros em Vila do Conde e não será o cansaço a sobrepor-se aos índices anímicos elevados. Ainda para mais, tendo pela frente a equipa mais fraca desta Liga. Depois de uma goleada no Estoril, adivinha-se nova vitória e quiçá com um score avolumado.

quinta-feira, agosto 28, 2014

Análise ao Sorteio da Champions



Nem sempre é sinónimo de vantagem ser cabeça-de-série. Que o digam os campeões nacionais Sport Lisboa e Benfica. Ficaram no grupo mais difícil da Champions (em termos de equilíbrio, pois há 3 grandes equipas no Grupo E - Bayern, Manchester City e AS Roma). O FC Porto terá um rival muito forte, os bascos do At.Bilbau, e duas viagens muito longas à Ucrânia e Bielorrúsia, mas é superior a Shaktar e Bate, enquanto o Sporting tem o tubarão Chelsea pela frente e os alemães do Schalke 04, ambos de outra realidade, que dificilmente os leões conseguirão derrubar, para além de um acessível Maribor da Eslovénia.

Começando pelo grupo C, o Benfica como equipa do Pote 1, salvou-se de enfrentar uma das maiores equipas da Europa, mas teve a pouca sorte de não ter pela frente qualquer adversário acessível. É o grupo mais equilibrado, com quatro equipas praticamente do mesmo nível, com a curiosidade de regressarem à Luz, Garay, Witsel e Javi Garcia. Para além de André Vilas Boas e Hulk, velhos conhecidos de Jesus e de uma página negra para os adeptos encarnados, no célebre jogo em que os dragões se sagraram campeões em pleno Estádio da Luz, com a rega a ser ligada e as luzes do estádio apagadas. Para além de uma viagem longa, terão pela frente uma equipa bastante forte, apesar de regra geral não ter muito sucesso nesta competição.

Também Leonardo Jardim regressará à Luz, assim como João Moutinho, Ricardo Carvalho e Bernardo Silva. Uma equipa monegasca que parece muito mais fraca que há um ano (ainda falta fechar o mercado) e que de todas poderá ser a mais acessível aos encarnados, ainda para mais se se concretizar a saída de Radamel Falcao. Por fim o Leverkusen, uma das melhores equipas alemãs, ainda que num patamar abaixo de Bayern e Dortmund. Há dois anos os encarnados levaram a melhor mas a equipa alemã está mais forte e mais experiente e será um duro osso de roer. É um grupo difícil de prever quem passará, pois qualquer uma destas equipas pode ficar tanto em primeiro como em último... Mas no caso do Benfica, grupos acessíveis já ditaram eliminações pouco prováveis, pode ser que com um grupo difícil, os níveis de concentração sejam máximos e sem margem para facilitismos.

O Sporting, no Grupo G, terá a missão impossível de enfrentar o Chelsea. Uma equipa de outro campeonato, onde dificilmente os leões poderão somar pontos. Sobram os outros dois adversários para sonhar com a passagem à fase seguinte. E se Maribor é completamente acessível e poderá permitir seis pontos aos leões, mais difícil será a formação alemã do Schalke 04. Com vários jogadores de top mundial, como o holandês Huntelaar, os campeões do mundo Howedes e Draxler, os prodígios alemães Max Meyer e Sidney Sam, ou o ganês Kevin Prince Boateng. Será uma tarefa hercúlea para os de Alvalade, até porque nesta competição, a experiência é decisiva e estamos a falar de um campeão europeu há 3 épocas (e a Liga Europa há 2) e de um Schalke que ainda o ano passado esteve nos oitavos-de-final da competição.

O FC Porto será à partida o que terá a tarefa mais fácil. Apesar da dificílima equipa basca do Atletic de Bilbau, num regresso de Lopetegui ao País Basco, de onde é oriundo, os restantes concorrentes parecem completamente acessíveis. O Shaktar já deu cartas na Champions, mas a guerra na Ucrânia, que os impede de jogar no seu estádio e a insatisfação de vários jogadores (a sua armada brasileira quer sair por causa do clima de tensão social) enfraquece substancialmente os ucranianos. Teoricamente seria um adversário complicado, mas as circunstâncias parecem ditar o contrário. Por fim, o Bate Borisov é um desconhecido, à partida completamente acessível, mas com o peso de uma longa e desgastante viagem, quando já têm outra à Ucrânia prevista. Será mais o risco do cansaço e os seus efeitos nas provas internas do que o de não passar à fase seguinte.

Um comentário final apenas aos restantes grupos, que parecem quase todos sem grande história, com dois grandes candidatos a passar em cada um dos grupos, com exceção para o já referido grupo E, onde Roma poderá intrometer-se entre Bayern e City (que já o ano passado se encontraram nesta fase). Porém, o nível atual do futebol italiano não parece permitir aos seus representantes lutarem de igual para igual com adversários deste nível.

Daqui a 3 semanas começa-se a escrever a história da Champions rumo à final de Berlim!

segunda-feira, agosto 25, 2014

The next big thing: Munir El Haddadi (FC Barcelona)


É a nova grande estrela nascida e criada em La Masia, o centro de formação do Barcelona. Depois de Xavi, Iniesta e Messi, para citar os mais recentes, o hispano-marroquino que faz 19 anos este fim-de-semana, é o próximo a sair do forno catalão. Chegou à Catalunha com 15 anos, deixando o Atlético de Madrid, a quem pertencia, apesar de estar cedido ao Rayo Majadohonda, onde fez 32 golos em 29 jogos, deixando loucos os observadores do Barça, que se anteciparam ao City, que também já lhe havia deitado o olho.

Ontem, estreou-se na equipa principal em jogos oficiais, beneficiando da ausência de Luís Suarez (até outubro terá por certo muitas oportunidades), marcou um golo, atirou uma bola ao poste e deslumbrou o mundo do futebol. Mas para quem viu a final da Youth Champions League, onde dizimou o Benfica, com dois golos, um deles um verdadeiro golo olímpico, num chapéu do meio-campo. Foi o seu 11º golo na competição em 10 jogos.

Apesar de estar no seu primeiro ano de sénior, Luis Enrique não pensou duas vezes e lançou-o no onze e Munir correspondeu. Tem um pé esquerdo de sonho, uma capacidade de drible e frieza na finalização, de outro mundo, e tudo com uma nota artística apenas ao nível dos melhores do mundo. Mais uma demonstração de que o talento não tem idade. E outros há para surgirem na primeira equipa catalã, Adama Traoré e Sandro Ramirez. Curioso que do finalista vencido da Youth Champions League pareça que nenhum tem a mesma qualidade e alguns até já foram despachados para os EUA....

sábado, agosto 23, 2014

ANTEVISÃO LA LIGA: Na Guerra das Estrelas a que mais brilha é Cholo Simeone



Na Liga que há 10 anos vivia uma liderança bicéfala, repartida por Barcelona e Real Madrid, o Atlético de Madrid de Diego Simeone foi uma lufada de ar fresco contra a monotonia na temporada passada. E para quem pensa que foi um oásis no deserto, desengane-se... basta ver o desfecho da Supertaça espanhola ganha pelos colchoneros.

Começando pelos campeões, é verdade que saíram vários elementos fulcrais, todos rumo ao Chelsea (Courtois, Filipe Luís e Diego Costa), mas o fortíssimo investimento tornou a equipa de Simeone ainda mais forte: Oblak, Siqueira, Gamez, Griezmann e Mandzukic, sendo ainda de esperar ainda a chegada de mais um médio de características ofensivas.

A equipa continuará assim forte, mas o seu maior trunfo é sem dúvida Cholo Simeone. O técnico argentino é provavelmente o melhor da atualidade (claro que é discutível, mas não fica a dever nada a Mourinho, Guardiola, Klopp ou Van Gaal), porque faz mais com menos que os grandes tubarões da Europa. A equipa continuará fiel ao 4-4-1-1, com Griezmann a ser uma adição fenomenal, conseguindo o Atlético encontrar na Luz o substituto à altura de Courtois, dois dos melhores guarda-redes do mundo para os próximos dez anos.

Mas para pôr fim às conquistas da segunda equipa da capital, Real e Barcelona investiram mais uma vez de forma categórica. Os merengues juntaram à constelação o alemão Toni Kroos e o colombiano James Rodriguez. Em sentido inverso estarão Samir Khedira e Angel Di Maria. Se no caso da troca de alemães, Ancelotti sai a ganhar, na dos sul-americanos, será ela por ela. Perde velocidade e espontaneidade, mas ganha capacidade de passe, meia distância e poder de finalização. O italiano queria manter o argentino, mas Di Maria quer outros voos onde não tenha competição à altura para ser a estrela maior (PSG, Monaco ou United parecem ser os destinos possíveis, depois de Florentino ter recusado proposta do Barcelona).

Uma equipa de sonho, mas que continuará a viver da dependência de Cristiano Ronaldo. O seu estado físico será determinante para o sucesso dos merengues, mas uma recaída na primeira mão da Supertaça levanta muitas dúvidas sobre se o melhor do mundo conseguirá fazer uma temporada sem lesões. O plantel não ser muito extenso e com poucas soluções na frente de ataque (apenas um ponta-de-lança e poucas soluções para o lugar de CR7 e Bale) poderá ser uma fraqueza numa época longa e desgastante em várias frentes.

Por fim, na Catalunha, o Barcelona mudou o treinador, apostando num homem da casa, Luis Enrique, que depois dos Bês dos blaugrana, não teve sucesso na Roma, recuperando um trilho de maior sucesso em Vigo ao serviço do Celta. Será mesmo no banco que está a grande incógnita dos catalães, pois de resto a equipa parece muito bem apetrechada. Supriu a escassez de recursos no centro da defesa, com a chegada de Matthieu e Vermaelen, terá um novo ciclo na baliza, com Ter Stegen e Claudio Bravo na luta para suceder a Valdés, e viu chegar o melhor avançado do mundo, Luís Suarez, que apenas se estreará no eterno clássico com o Real, no final de outubro, por causa da célebre mordidela a Chiellini no Mundial do Brasil.

Desde Etoo que as estrelas para a frente de ataque se sucedem sem sucesso. Henry, Ibra e Villa não se impuseram. Suarez pelas suas características parece mais talhado a ter sucesso, mas Messi parece ter o dom de tudo ofuscar na Catalunha, que o diga Neymar, sobre quem recaem grandes expectativas de rebentar em definitivo esta época na Europa.

Este trio estará num campeonato à parte, que Atletico de Bilbau, Villareal, Sevilha e Valência tentarão incomodar. Este quarteto lutará pelo lugar que sobra de acesso à Champions, num outro campeonato que também se prevê interessante. Para Portugal, muito interesse em Valência, com Nuno Espírito Santo a liderar uma armada com muitos reforços encarnados (João Cancelo, André Gomes, Rodrigo e, provavelmente, Enzo Pérez). Não é a melhor liga do mundo (nada bate a inglesa) mas terá talvez as três melhores equipas da atualidade na Europa (apenas Bayern está ao nível destas). E se a luta for como há um ano, vai ser até ao último segundo!!

sexta-feira, agosto 22, 2014

E no fim ganha o Bayern (ou muito antes do fim...)

O ano passado foi em março, quando será este ano? Sim, porque pensar noutra coisa que seja o título para a equipa da Baviera é pura ilusão. Uma revista alemã escrevia há dias se mais gente tinha tido o pesadelo de ver o Bayern de Munique vencer a Bundesliga no Natal. Não chegamos a tanto (até porque matematicamente deve ser impossível), mas não custa adivinhar o desfecho final da competição.

Já que o desequilíbrio é tão grande, Pep Guardiola parece tentado a criar os seus próprios obstáculos, recriando o sistema tático, que ao que tudo indica passará a ser o 3-4-3, uma tentativa de recuar às bases do futebol de Johan Cruyff que com esta disposição tática venceu vários troféus no Barcelona e que é a génese de tudo o que é trabalhado em La Masia.

Se calhar, a adaptação custará um arranque menos potente que há um ano, mas dificilmente colocará em causa a hegemonia. Ainda para mais quando pelo segundo ano consecutivo rouba a custo zero um dos melhores jogadores do único rival (há dois anos Mário Gotze, agora Lewandowski... e já se fala que para o ano será Marco Reus). O Borussia de Dortmund até venceu a Supertaça há uma semana por 2-0, mas fruto das muitas ausências dos bávaros, dado que são a espinha dorsal da Mannschaft, que foi campeão do mundo há pouco mais de um mês, fazendo com que a maioria dos seus jogadores não jogassem ou se o fizeram, tenha sido com um ritmo de jogo quase nulo.

O mais interessante será mesmo ver como encaixaram Robben, Ribery e Lewandowski neste novo sistema, até porque habitualmente Guardiola abdicava de um ponta-de-lança de raiz. Onde caberá Muller? E Goetze? Saudáveis problemas tem o catalão com tanta qualidade para apenas onze lugares. Falta apenas alguém para o centro do terreno pois a saída de Kroos para Madrid, a lesão muito grave de Javi Martinez e as de média gravidade de Bastian Schweinsteiger e Thiago Alcântara deixam a equipa órfã no centro do terreno.

O rival Dortmund, se conseguir manter Reus e Hummels até 31 de agosto, volta a apresentar-se como a grande ameaça (ainda que longe do poderia bávaro). Perdeu o seu goleador para o rival, mas contratou Ciro Immobile, o melhor marcador da Série A na época transacta (ex-Torino), e ainda o colombiano Adrian Ramos, que foi um dos artilheiros na Bundesliga ao serviço do Hertha de Berlim. Mas o seu maior reforço será Gundogan, o médio que perdeu toda a temporada por lesão e que é o grande pêndulo desta equipa.

Mas se a luta pelo título parece ser desinteressante, mais intensa será pelos lugares de acesso à Champions, o 3º e 4º postos, com vários candidatos. Schalke 04, Bayer Leverkusen, Wolfsburg e Moenchengladbach prometem uma luta férrea pelos milhões da Champions. Contudo, só dos vencedores reza a história, pelo que o foco estará sobre os dois da frente. Será um campeonato à parte... se é que o Dortmund consegue sequer lutar contra esta máquina imparável de Pep Guardiola. A esperança de um mau arranque e de um foco de atenção na Champions poderá permitir maior equilíbrio interno.

TOTOBOLA FUTEBOL À LUPA - 2ª JORNADA

A semana passada acertámos metade dos resultados. A ver se melhora nesta segunda jornada a taxa de acertos:

Vitória Guimarães-Penafiel - 1
Apesar de vitória convincente dos vimaranenses em Barcelos, a inexperiência por vezes paga-se caro e cria grandes volatilidades de resultados e exibições. Teoricamente o favoritismo é dos da cidade berço, mas não surpreenderia se houvesse uma surpresa. Ainda assim, aposta no fator casa.

Marítimo-Académica 1X
Ambos defrontaram grandes na estreia da Liga, com os estudantes a terem maior sucesso empatando frente ao Sporting, o que poderá ser um factor de confiança para esta jornada. Ainda assim, a cair a vitória para algum lado, aposto no Marítimo.

Paços de Ferreira - FC Porto - 2
Apesar da boa réplica dada pelos castores na Luz, não parece crível que os azuis e brancos percam pontos na Capital do Móvel. Mas é certo que Paulo Fonseca tudo fará para mostrar que não era no banco que residia o problema no Dragão há um ano.

Sporting-Arouca - 1
Jogo teoricamente fácil para os leões que depois do empate em Coimbra não se quererá atrasar ainda mais na classificação. Nani poderá começar a dar cartas e a decidir jogos em Alvalade.

Belenenses-Nacional - 1X
Não fossem os mais resultados iniciais dos insulares (derrota na 1ª jornada e na Liga Europa) e apostaria de caras na sua vitória. Porém o cansaço de uma longa viagem à Bielorussia poderá ser decisivo para um resultado positivo dos azuis do Restelo.

Estoril-Rio Ave - 1
Tal como no que diz respeito ao Nacional, pela vertente do cansaço, o Rio Ave apresentar-se-à enfraquecido na Amoreira. Se adicionarmos a isso a maior valia da equipa estorilista, muito estranharei se a vitória não sorrir aos canarinhos.

V.Setúbal-Gil Vicente - 1
Não tem sido fácil o arranque de nenhuma das equipas e o V.Setúbal apesar de apresentar um plantel forte (apenas com lacunas no ataque) não se está a conseguir impor para já. Contudo, acredito que conseguirá somar a primeira vitória na Liga.

Boavista-Benfica - 2
A única desculpa dos encarnados poderá ser o sintético do Bessa, mas nem essa cola. Os campeões nacionais são tão mais fortes que perder pontos neste jogo seria uma enorme hecatombe.

Moreirense-Braga - 2
Um confronto minhoto em que os arsenalistas aparecem como claros favoritos. Os cónegos surpreenderam na primeira jornada, ganhando no Funchal ao Nacional, graças a uma grande exibição do seu guarda-redes, mas é difícil acreditar em novo milagre frente a uma das mais fortes equipas da Liga.

quarta-feira, agosto 20, 2014

Ganha o futebol português


Num só dia, a Liga Portuguesa viu chegar duas estrelas de renome internacional. Júlio César, guarda-redes internacional A Brasileiro, considerado há quatro anos o melhor do mundo, e Nani, extremo português emprestado pelo Manchester United, a sombra de CR7 como estrela maior da seleção portuguesa.

No caso dos campeões nacionais, resolvem, teoricamente, o problema que tinham na baliza. Experiente e de grande qualidade, Júlio César chega à luz à beira dos 35 anos e a necessitar de provar que continua no topo das suas capacidades. No Mundial demonstrou a sua qualidade, apesar de ter sofrido 12 golos em dois jogos, mas nos quais praticamente não teve culpa, tal o descalabro defensivo da canarinha, acabando mesmo por ser o guardião a evitar números ainda mais pesados.

O ano passado jogou no Toronto (porque não quis perder o chorudo salário que auferia no QPR em Inglaterra, recusando a oferta dos encarnados) por empréstimo do Queens Park Rangers, depois dos londrinos terem sido despromovidos no ano anterior. Regressa agora à elite do futebol europeu apostado em demonstrar que continua a ser um dos melhores à escala planetária.

Estranha apenas a opção de Artur ficar na Luz, caíndo o grego Karnezis, assumido por Vieira na entrevista que deu a semana passada. Parece que defender penalties é suficiente para continuar no plantel, apesar de exibição miserável na Supertaça e de não ter feito uma defesa frente ao Paços de Ferreira na abertura da Liga. Que Júlio César não se lesione ou com Artur na baliza, claramente o Benfica não terá qualquer hipótese de lutar por títulos.

A Alvalade regressa um dos meninos bonitos da Academia de Alcochete. E de forma surpreendente pois apesar de duas épocas muito más em Inglaterra, Nani possuía mercado na Europa, pelo que com apenas 27 anos optar por regressar a casa é um enigma. Será uma grande oportunidade para se relançar (o Sporting beneficiará desportivamente mas não a nível financeiro) ou estará acomodado e pouco motivado, optando por regressar a Portugal ao invés de tentar a sorte noutro campeonato de top europeu? As dúvidas ficarão dissipadas nos próximos meses.

Sem dúvida que este é um enorme balão para a família verde e branca, dado que a qualidade de Nani está a kms de distância de 95% do plantel leonino. O extremo será uma espécie de ET dentro da equipa, capaz de gerar os desequilíbrios que ninguém no plantel de Marco Silva conseguiria. Certo é que também concentrará as atenções exclusivas das defensivas adversárias, mas a sua qualidade técnica e forte pontapé serão um precioso abre-latas que deixa o Sporting mais próximo dos outros dois rivais.

Apresente Nani saúde física (que tem faltado nos últimos dois anos), vontade e motivação e restam poucas dúvidas de que será, a par de Nico Gaitán, o melhor jogador da Liga Portuguesa. Será Nani e mais dez em Alvalade!

Curioso será ver a decisão do TAS sobre a transferência de Rojo para o United (que incluiu o empréstimo de Nani). Bruno Carvalho anunciou que a maior parte do dinheiro irá para o Pavilhão, esqueceu-se foi que existe uma batalha legal que a probabilidade de ganhar é nula...

sábado, agosto 16, 2014

A mais imprevisível e espetacular Liga do Mundo



Arrancou há umas horas, no Teatro dos Sonhos (Old Trafford), em Manchester, mais uma época da Premier League. Candidatos são muitos. Quem vai ganhar é que é mais difícil adivinhar. Os suspeitos são os do costume: Manchester City, Chelsea, Arsenal, Manchester United (se se reforçar muito até final do mercado) e Liverpool (será? sem Suarez!).

Campeões em título, o Manchester City reforçou-se cirurgicamente, dois elementos pescados no Dragão (Fernando e Mangala), o guarda-redes Willy Caballero (ex-Málaga, que deverá ser alternativa a Hart) e ainda o lateral francês ex-Arsenal, Bakary Sagna, que se encontrava em final de contrato. Menos nomes sonantes do que habitual (fair-play financeiro a quanto obrigas) mas uma base campeã que passa a ter mais alternativas de qualidade. Mudanças no onze só a entrada de Mangala, o resto deverá manter-se. Uma boa condição física de Sergio Aguero será fundamental para sonhar novamente com o título.

Em Londres, Chelsea e Arsenal são os principais candidatos da capital. José Mourinho não ganhou nada no ano do regresso (algo pouco habitual no Special/Happy One) mas com um plantel bastante jovem procurava ainda construir uma equipa. A verdade é que poderia até ter sido campeão com alguma facilidade, quando liderava à entrada do último terço e com o calendário mais fácil. Porém falhou em jogos teoricamente acessíveis e viu esfumar-se o sonho. Mourinho identificou as lacunas e atacou forte o mercado, com Diego Costa e Filipe Luís a virem do campeão espanhol Atlético de Madrid e Fabregas do Barcelona (uma alfinetada valente nos Gunners). Juntam-se a estes o velhinho Drogba (o bom filho que a casa torna e que será bem mais útil do que o inoperante Torres) e o regresso do guarda-redes belga Courtois que deverá roubar a titularidade de muitos anos do checo Petr Cech (a melhor dupla de guardiões do mundo).

Se agora Mourinho já não tem desculpas para falhar, Wenger, depois de muitos anos de jejum, juntou a Supertaça à Taça de Inglaterra e apostou forte na contratação do ex-Barcelona Alexis Sanchez, que se junta a Ozil como estrela maior da equipa. Provavelmente até final do mercado chegará outro central e quiçá até um trinco e um ponta-de-lança (falta uma estrela nesta posição para o Arsenal ser em definitivo temível). Mas com ou sem mais reforços, os gunners parecem mais preparados do que nos últimos anos, assim as lesões habituais não surjam (até a esse nível Wenger fez profundas alterações para lutar contra o maior problema da equipa nas últimas temporadas).

Se estes três parecem os mais fortes, resta saber se o Liverpool sem Suarez (mas com Lovren, Manquillo, Moreno, Emre Can, Markovic, Lallana, Lambert, entre outros) conseguirá repetir a época passada. Com Champions e sem Suarez a tarefa de Brandon Rodgers parece hercúlea, mas um ponta-de-lança de renome internacional (Falcao e Cavani, também pretendido por Arsenal, são falados) poderá atirar a equipa para o patamar dos mais fortes. Diminuir a fragilidade defensiva também é objetivo e as aquisições de Moreno e Lovren poderão aumentar a resistência da fortaleza.

Para o fim, o eterno favorito Manchester United. Começou mal a Premier League (já soma uma derrota caseira, esta manhã, por 1-2, frente ao Swansea), mas nem é surpresa pois Van Gaal costuma ter arranques periclitantes nos clubes onde chega. O problema maior não é a derrota na estreia. É mesmo a falta de soluções. Uma pré-época só com vitórias parece ter escondido a falta de valor do plantel como já se viu hoje em Old Trafford. Nas duas próximas semanas terão que chegar, inevitavelmente, muitos reforços (pelo menos 2 centrais... eu diria três, um homem que faça o corredor direito... e talvez outro para a esquerda, um trinco, um 10 e mais um avançado pois Rooney e Van Persie serão curtos para uma época inteira). Cheguem os reforços (muitos nomes se falam, de Vidal a Cuadrado, entre outros) e com um dos melhores treinadores do mundo, os Red Devils poderão regressar ao lugar que merecem.

Uma palavra final para os habituais outsiders, Everton e Tottenham, que poderão mais uma vez intrometer-se entre os cinco maiores. Não serão candidatos ao título, mas poderão muito bem lutar pelo acesso à Champions. O Everton mantém a equipa e treinador depois de no último ano ter perdido o 4º lugar em cima da meta. Já o Tottenham, depois de ano desastroso com Villas Boas e Sherwood, tem agora o argentino Maurício Pochettino ao leme, proveniente do Southampton, que foi a revelação da época passada, e parece pronto para, com as muitas aquisições de há um ano, formar uma equipa capaz de voos mais altos.

A aposta para revelação, depois dos Saints em 2013/2014, é o Swansea, não por ter surpreendido esta manhã o United (já soma mais pontos este ano contra os favoritos, 3 pontos, do que na época passada onde somou 2 em 48 possíveis), mas pelo excelente naipe de jogadores, principalmente do meio-campo para a frente. Basta olhar para o duo ofensivo (Bony e Gomis) para perceber o poder ofensivo da equipa de Monck.

sexta-feira, agosto 15, 2014

Totobola Futebol à Lupa - Liga Portuguesa - 1ª Jornada

Começa hoje a Primeira Liga, depois de uma análise aos três eternos candidatos, aqui no Futebol à Lupa vamos fazer um totobola para cada jornada. Aqui fica o da primeira jornada.

Porto - Marítimo - 1
Com muitos reforços e uma máquina que no fim da pré-época já parece começar a funcionar, os dragões são claros favoritos à vitória e é difícil acreditar noutro resultado. Contudo, já se sabe que a primeira jornada é sempre pródiga em surpresas pelo que a ver vamos se Leonel Pontes, na estreia como técnico principal, surpreende Lopetegui.

Gil Vicente - Vit.Guimarães - 1X
O Gil tem mais soluções que na época transacta que parecem ser sinónimo de época tranquila. Já Rui Vitória terá novamente de ser o milagreiro da Liga ao conseguir com uma equipa de jovens, fazer o que acredito nenhum treinador conseguiria, manter a equipa na Liga e até a lutar pela Europa, por vezes. Este ano será difícil e as muitas indefinições e falta de poder de fogo poderão ditar um mau resultado no arranque. O empate já satisfaria os vitorianos.

Académica - Sporting - 1X2
A novela entre o Presidente e os dissidentes Rojo e Slimani invertem a tendência de favoritismo dos leões. Os últimos resultados da pré-época deixaram a desejar e paira agora a dúvida se a equipa conseguirá manter a senda positiva de há um ano. A Académica parece ter ambição de andar na metade superior da tabela e irá tentar parar os leões na abertura.

Nacional - Moreirense - 1
Os insulares, depois da excelente época passada, e com poucas mexidas deverão ser capazes de manter o nível pelo que frente aos cónegos, promovidos à Liga, será de esperar vitória tranquila.

Rio Ave - V.Setúbal - 1X
Já com três jogos oficiais nas pernas, os vilacondenses entram como favoritos, até porque os de Setúbal, com uma equipa muito diferente, ainda procuram afinar agulhas e não demonstram estar perto do nível pretendido.

Penafiel - Belenenses - 1
Os azuis do Restelo apresentam um plantel muito limitado, como o próprio técnico Lito Vidigal tem referido. Faltam reforços e entendimento entre treinador e SAD. O Penafiel, pelo contrário, parece pronto para o arranque, com um 11 made in Portugal e liderado pelo jovem estreante Ricardo Chéu.

Sp.Braga - Boavista - 1
Difícil acreditar noutro resultado que não uma vitória (e clara) do Braga. O Boavista, regressado depois de vários anos ao escalão maior, não parece ter pedalada para esta Liga e teve o azar de começar logo contra uns arsenalistas que parecem capazes de se intrometer entre os três grandes.

Benfica - Paços de Ferreira - 1X
Não fossem os 9 anos seguidos sem ganhar na estreia e seria estranho apostar em outra coisa que não nos três pontos dos campeões nacionais. Porém, já lá vão 9 anos desde uma estreia vitoriosa o que levanta a dúvida se será possível pôr fim aos desastres iniciais. Esta é uma oportunidade de ouro para tal dada a diferença de valores.

Arouca - Estoril - 2
O fim da Era Marco Silva não deverá ser sinónimo de menor valia dos canarinhos. O Estoril perdeu alguns jogadores mas reforçou-se bem e frente a um candidato à descida, apesar de num campo difícil, deverá conseguir somar os três pontos.

terça-feira, agosto 12, 2014

O homem que queria mudar o mundo

Há poucos minutos, o Presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, acaba de anunciar, em entrevista ao canal oficial do clube, a suspensão de Marcos Rojo e Slimani, por forçarem a saída do clube. Diz que não admite pressões de jogadores, empresários e fundos e que estes jogadores vão servir de exemplo.

Até concordo com a podridão que é a indústria, as jogadas poucos claras nas transferências, como se de um grande mercado de escravatura do século XXI se tratasse. Contudo, a única coisa que Bruno de Carvalho vai conseguir é perder dinheiro, desvalorizar os jogadores (se levar a sua até ao fim) e provocar um alarme no plantel, pois todos aqueles que assinaram novos contratos, com as conhecidas chorudas cláusulas, estão neste momento a ver a vida dele a andar para trás pois quando alguém aparecer a querer levá-los, já sabem o que os espera.

O princípio de Bruno de Carvalho é válido mas é uma guerra que já perdeu antes de a mesma começar. Vai ser engolido e vai prejudicar seriamente o clube e a equipa de futebol. Há umas semanas aqui escrevi que o Sporting partia na frente pela base que tinha, contra as muitas mudanças na Luz e Dragão. Com este episódio (a ver vamos a resolução do mesmo), se nada mudar face à realidade atual, o Sporting perde os dois jogadores mais influentes atrás de William Carvalho e arranque com um autêntico barril de pólvora no balneário! Em poucos dias tudo muda e de putativo favorito, parece agora partir claramente atrás de Benfica e FC Porto.

segunda-feira, agosto 11, 2014

Na Lotaria até ao mais fraco pode sair a sorte grande... num adeus de sonho de Enzo


De longe o melhor em campo foi o guarda-redes do Rio Ave, Cássio, que tudo defendeu (e foi muito) levando injustamente para as grandes penalidades, um jogo em que o campeão nacional foi muito superior. E o pior, não restam dúvidas, foi Artur Moraes. O guardião brasileiro, que se chegou a supor que nem iria jogar depois da triste figura na Emirates Cup há uma semana, fez de tudo para mais uma vez não ganhar um título com a camisola do Benfica. Ora na primeira parte inventou uma finta surreal sobre um avançado contrário e por muito pouco não sofreu golo, graças à escorregadela de Del Valle no momento de empurrar para a baliza deserta, ora no prolongamento, socou de forma absurda um canto para a boca da baliza, com Jardel a atirar contra a própria barra no desespero de salvar o golo.

Mas como na lotaria popular, também nas grandes penalidades o mais medíocre pode ver a sorte grande a sair-lhe. Assim foi com Artur. Defendeu três penalties (à la Beto Pimparel, saindo sempre dos postes encurtando o ângulo) e sai levado em ombros, apesar da total falta de segurança que transmitiu, quase pondo em causa uma vitória que só por milagre pareceu possível fugir aos encarnados tendo em conta a total inexistência ofensiva dos de Vila do Conde que não tiveram uma oportunidade de golo, para além das que Artur criou.

Não existindo no ataque, o Rio Ave foi contudo um opositor abnegado, mas que nunca conseguiu parar a avalanche ofensiva do Benfica. Uma equipa que nada teve a ver com a pálida imagem da pré-época, sobretudo graças aos regressos de Luisão e Enzo Pérez. O capitão, sem um jogo nas pernas nesta pré-época, liderou a defesa ao lado do sempre competente Jardel, e mostrou que com ele a qualidade defensiva é muito superior. E se Luisão recuperou a segurança, Enzo encheu o campo na hora da despedida. Já se sabe que mais dia menos dia estará a ser apresentado em Valência (provavelmente já esta semana), mas nem isso o fez ter menos entrega, nem ter a cabeça noutro lado. Veio de férias, depois de longo e desgastante Mundial, onde foi finalista vencido, e com apenas uma semana de treinos, parecia que estava no topo de forma. É de facto de outra galáxia. Um gigante que transfigura a equipa. E que falta irá fazer. Substituí-lo será uma tarefa hercúlea e dificilmente se conseguirá manter este nível que merecia outros voos que não o Valência.

Nota ainda para a grande exibição dos laterais encarnados, com Maxi a parecer ligado à corrente, para além do habitual veneno dos argentinos Gaitan (outro que a sair será muito difícil de substituir) e Sálvio (alguém se lembrou de Markovic?).

A base do ano passado, mesmo com tantas baixas, é tão forte que para nível interno parece chegar e sobrar para lutar pelos títulos. Saindo Enzo e/ou Gaitan, serão precisas peças da mesma bitola porque como estes não há iguais no plantel. E já se sabe, falta ainda os reforços já pedidos por Jesus, um guarda-redes (até dois porque este Artur minha nossa senhora!), um médio centro (falou em dois na conferência de imprensa, certamente a contar com a saída de Enzo, ou então a achar que Talisca afinal é segundo avançado e não médio centro) e um avançado (Lima fez um excelente jogo mas perdeu sempre o duelo com Cássio e Derley ainda não convenceu).

sexta-feira, agosto 08, 2014

Ligue 1: O campeão que antes de o ser já o era


Arrancou a Ligue 1. O primeiro dos cinco principais campeonatos europeus (Inglaterra, Espanha, AlemanhaM, Itália e França) a começar e a tradição do campeão não ganhar na primeira jornada manteve-se. Em Reims, o PSG deu um festival de desperdício no vertiginoso mundo de Ibra. Tudo roda à sua volta e mesmo falhando um penalty (que inventou pois foi escandalosamente mal assinalado), desperdiçando segundos antes um golo de baliza aberta acertando no poste, foi o homem do jogo com dois golos. Podia ter aberto a época com pelo menos 5 (se juntarmos aos dois tentos, os dois falhanços já mencionados e o ato de puro egoísmo de Lucas Moura que também no início do jogo, preferiu tentar fintar o guardião contrário a dar ao sueco que só teria de encostar).

Mas não será este resultado que muda a ideia de que só por milagre o PSG não chega ao tri. Basta olhar para o seu plantel para ver que ninguém lhe fará sombra. O Mónaco a isso ambiciona, mas apenas com um grande craque no plantel, o colombiano Falcao (que vem de grave lesão e até pode estar de partida), parece muito curto, mesmo que até 31 de agosto ainda venham algumas trutas.

O PSG adicionou David Luiz e Serge Aurier a uma equipa de luxo (a pensar claramente na Champions) e ainda está em aberto a hipótese Di Maria, que colocaria a formação da capital francesa próximo do nível dos maiores candidatos à vitória na Champions.

É portanto um campeonato previsivelmente sem história, com PSG como campeão e Mónaco de Leonardo Jardim a tentar encurtar distâncias. Lille, Saint-Éttiene, Lyon e Marselha (com Marcelo Bielsa agora ao leme) serão o quarteto que lutará pelo acesso ao playoff da Champions, mas que pouco mais poderão ambicionar nesta liga bicéfala (para não lhe chamar um verdadeiro monopólio parisiense).

Um osso duro de roer


Não é o pior dos adversários, mas é certo que havia mais acessíveis. Atlético de Bilbau era claramente a fava deste sorteio (saiu aos italianos do Nápoles numa eliminatória que se prevê muito equilibrada), surgindo o Lille como o segundo mais forte, teoricamente.

Muito reforçada, a equipa do FCP parece apresentar mais argumentos, mas nesta fase embrionária de temporada não estará a um nível que lhe assegure grande tranquilidade na eliminatória, uma vez que ainda se procuram automatismos entre tantos reforços. Presumivelmente, da temporada anterior, estarão no onze nesta eliminatória vários reforços (Martins Indi, Casemiro, Oliver ou Brahimi, Adrian ou Tello) o que é sempre um risco.

Os franceses foram a surpresa da última temporada da Ligue 1, estando no comboio da frente com PSG e Mónaco durante largas jornadas. Acabou por ficar algo atrás dos monegascos, garantindo o playoff da Champions por apenas dois pontos de vantagem sobre o Saint-Éttiene (equipa que promoveu os primeiros assobios da época no Dragão no jogo de apresentação).

Sem grandes movimentações no mercado (não entrou nem saiu ninguém fundamental, apenas Origi foi vendido ao Liverpool mas continua em França por mais um ano), o Lille apresenta a base do ano passado o que é sem dúvida uma vantagem nesta fase inicial. Os dois avançados, Kalou e Origi, são as grandes vedetas. O costa-marfinense, com 16 golos no campeonato passado, foi a referência, mas Origi (apenas 5 golos e 12 jogos a titular), que explodiu no Mundial, sendo uma das maiores revelações, ameaça afirmar-se em definitivo.

Destaque ainda para o guardião nigeriano Enyama, titular no Brasil pela sua seleção, os internacionais A Simon Kjaer (dinamarquês) e Marko Basa (montenegrino), a dupla de centrais do Lille, e os centrocampistas Mavuba e Marvin Martin, ambos internacionais gauleses. A estes junta-se o jovem prodígio português Marcos Lopes (ou Ronny) que chegou há poucos dias ao norte de França depois de brilhar por Portugal no Europeu de Sub-19. Emprestado pelo Manchester City, Marcos Lopes poderá ser a nova estrela do Lille, tendo o técnico René Girard apelidado-o do James Rodriguez da equipa.

Variando entre o 4-2-3-1 e o 4-4-2 em losango, Girard jogou contra os suíços do Grasshopers em 4-3-3, pouco usual no Lille, devido às ausências de vários mundialistas. À partida não repetirá o desenho frente ao FCP, mas o losango deverá ser a melhor solução para tentar contrariar o 4-3-3 de Lopetegui. Martin, Kalou e Origi irão prender os centrais e trinco portistas, enquanto os vértices laterais do meio-campo serão o tampão às subidas dos perigosos laterais azuis.

Será uma eliminatória interessante e que poderá ser decidida nos pormenores. Um bom resultado em França poderá escancarar as portas da Champions aos dragões, porém, se trouxerem um resultado negativo de terras gaulesas, terão de tudo arriscar em casa, sabendo-se que o contra-ataque é a principal arma do Lille...

quinta-feira, agosto 07, 2014

O Queimódromo do Seixal


O dia de hoje marca o ponto mais alto do desperdício de talentos da Luz. Em 24h, o Benfica despacha literalmente três dos mais talentosos jogadores que formou nos últimos anos. Valência, Mónaco e Corunha são o destino de João Cancelo, Bernardo Silva e Ivan Cavaleiro, respetivamente.

Há pouco tempo atrás o Presidente Luís Filipe Vieira disse em entrevista que o Caixa Futebol Campus era o grande fornecedor da equipa principal daqui para a frente. Esqueceu-se é que tinha o pior treinador do mundo para levar a cabo esta estratégia. Não porque Jesus não seja um excelente treinador, mas sim porque é totalmente inábil com jovens portugueses (e não só). Basta ver que se não fosse a lesão de Artur, nunca Oblak teria rebentado e garantido os títulos que Artur ajudou a perder um ano antes. Inclusivamente nem queria ter o esloveno no plantel como disse de viva voz em entrevista antes do arranque da época 2013/2014. Mas como contava como formado localmente, lá ficou... felizmente, caso contrário os títulos dificilmente teriam chegado com o brasileiro Artur entre os postes.

Talvez o problema de Jesus seja que muitos destes jovens (exemplo maior é Bernardo Silva) sejam mais evoluídos intelectualmente e tenham dificuldade em assimilar o seu discurso limitado. Ou então há mesmo ali uma implicância qualquer. André Gomes é outro exemplo. Foi lançado há duas temporadas, rapidamente deixou de ser aposta e apenas teve algum protagonismo no final da época transata, devido à lesão de Fejsa, pois até então tinha pouco mais de 5 minutos de utilização na Liga, com dois terços jogados. Nesta pré-época já merece manchete na imprensa valenciana tal a sua qualidade.

Emprestar jovens talentos a clubes onde dificilmente jogarão (casos de Cancelo e Bernardo) é algo que ninguém conseguirá entender. Ambos jogadores de Jorge Mendes, seguem para clubes "geridos" pelo empresário português, que "decidiu" os técnicos e muitas das contratações. Rodarem para não jogar não faz qualquer sentido. Se explodirem e tiverem oportunidades, a questão será porque raio não tiveram a mínima hipótese na Luz??

Daqui a um ano até poderão ser vendidos por 15M€ cada, mas a questão que fica é para que serve a Caixa Futebol Campus. Para formar e vender? Como se de uma fábrica de uma qualquer empresa exportadora que despacha mercadoria para os mercados internacionais?

Dos três, Bernardo Silva é de longe o melhor, para muitos considerado a maior jóia da atualidade do futebol jovem nacional. Fanático do Benfica, talvez nunca tenha a oportunidade de singrar no clube do seu coração. É uma pena. Acima de tudo para o futebol português. Mas é apenas mais um prego no caixão do Seixal. O SLB tem uma história de engrandecimento do futebol português que devia proibir esta estratégia que Vieira e Jesus promovem. Devia ser um dos grandes fornecedores da seleção portuguesa (como Vieira prometeu há 10 anos), mas na verdade quase não põe jogadores na turma das quinas.

Tudo porque aos olhos de Jesus, um qualquer Talisca, Jara, César ou Luís Filipe é melhor do que um Cancelo, Bernardo, Ivan ou Nélson Oliveira. Ou até Miguel Vitor, que nunca foi aposta com Jesus mas era muito superior a metade dos centrais que passaram pela Luz nos últimos anos.

Estes jovens não têm nunca margem de erro. Entram e são enxovalhados no meio do relvado por falharem um passe. Ou então, como foi o caso de Bernardo nesta pré-época, jogam 10 minutos nalguns jogos, quando a equipa já está toda virada do avesso com tantas substituições e depois ainda o coloca no lugar que não é o dele...

Naturalmente que nenhum deles é um jogador feito. Contudo, todos demonstram um potencial muito acima da média. Pelos vistos, na Luz, não se pensa assim. Que tenham mais sorte noutro lado, para que seja só o Benfica a perder e não o futebol português. Como foi o caso de Marcos Lopes, um prodígio dos iniciados do SLB, que deixaram fugir para o Manchester City há vários anos. Agora perfila-se como a next big thing do futebol nacional.

quarta-feira, agosto 06, 2014

O clone que já nem leões caçava


172 golos depois, o mais temido avançado dos relvados portugueses nos últimos sete anos parte para paragens turcas, depois de tantas novelas de verão promovidas pelo seu empresário, querendo sempre promover a tão desejada transferência.

Estranho é que apesar de tantos golos marcados, sempre foi um mal amado dos adeptos encarnados, a quem chegou ao ponto de mandar calar num jogo da Champions, na Luz, frente ao Hapoel Telavive, em setembro de 2010. Muito mole, deselegante, fraco tecnicamente, a verdade é que tem um killer instinct como poucos. Um pouco à imagem de Mário Jardel, nunca atingiu o topo do futebol europeu (e curiosamente faz o mesmo trajeto Portugal-Turquia... neste caso com poucas probabilidades de regresso, ao contrário do que se verificou com Super Mário) pelos adjetivos pouco simpáticos acima atribuídos a Takuara. É que apesar de marcar golos ser o mais importante do futebol, nem sempre aqueles que o fazem em todos os jogos são considerados suficientemente bons para determinados voos.

Contudo, Cardozo já não era o mesmo desde o incidente no Jamor com Jorge Jesus. Teve uma época apagadíssima, a sua pior época, na temporada de sonho dos encarnados. Fruto de lesão, mas também de um nível muito baixo demonstrado depois da recuperação. Quem se vai embora não é o outrora caçador de leões, que tantos pesadelos deu aos adeptos de Alvalade, que tremiam ao ouvir o seu nome, é talvez um clone, desajeitado, sem vontade e que já nem dominar uma bola parece ser capaz de fazer.

Vai-se embora porque o clone não serve, não porque (como dizem muitos) já não encaixa no estilo de jogo de Jesus, que privilegia dois avançados rápidos e móveis. Os goleadores cabem em qualquer equipa. E são indiscutíveis. Mas esse Cardozo já não existe. Quiçá renasça no fogo turco, mas na Luz já só restava a sua sombra e dessa ninguém terá saudades. Nem mesmo numa equipa tão debilitada como a que isso aparentou na pré-época.