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sexta-feira, junho 15, 2018
MUNDIAL À LUPA: Anarquia marroquina contra o rigor iraniano
Mais um jogo de pouca qualidade neste Mundial onde o talento dos marroquinos foi claramente mais importante para Hervé Renard que procurar organizar a equipa táticamente.
Os primeiros vinte minutos foram alucinantes com Marrocos a entrar a todo o gás, sem que o Irão conseguisse perceber a organização tática dos Leões do Atlas. O problema é que ninguém percebeu essa organização (será mais desorganização tática). Com quatro médios criativos, três deles a ocupar os mesmos terrrenos, sem ninguém na direita com Amrabaat, extremo de origem, a jogar a lateral direito mas a fazer todo o lado direito da equipa.
O caudal ofensivo foi enorme e com algumas claras ocasiões, mas maioritariamente a surgirem em momentos de bola parada e muita confusão à mistura.
Só aos 20 minutos o Irão conseguiu finalmente um contra-ataque que pôs em sentido os homens do Norte de África. Curiosamente, ou talvez não, a partir daí nunca mais a seleção marroquina conseguiu voltar a impor o ritmo elevado do início do jogo. O equívoco tático tornou-se mais evidente. Imaginem uma equipa com 3 Decos, Rui Costas, Aimares, etc. Foi isso Marrocos neste jogo. Todos ocupavam os mesmos espaços, todos baixavam para pegar no jogo e tentar servir na frente, onde havia apenas um homem mais adiantado, tipo ilha deserta.
O Irão de Carlos Queiroz, muito organizado, conseguiu controlar o jogo desde os 20 minutos, e até teve a melhor oportunidade à beira do intervalo com um falhanço clamoroso num lance em que o avançado iraniano correu vários metros isolado.
A segunda parte foi um enorme bocejo, com muito tempo perdido, substituições e pouco a assinalar. Fatalidade do destino, o jogo seria decidido nos descontos pelo avançado que Hervé Renard colocou em campo para refrescar o ataque e tentar chegar à vitória. E Bouhaddouz marcou... mas na baliza errada. Livre da esquerda batido por Hajsafi e na tentativa do corte ao primeiro poste, o avançado marroquino introduziu a bola na sua própria baliza.
Justiça poética para a anarquia de Renard e para a boa organização tática da equipa de Carlos Queiroz. Mas olhando para o jogo, parece improvável que qualquer destas equipas consiga contrariar Portugal e Espanha neste Grupo B.
Man of the Match: Amine Harit
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