quinta-feira, outubro 30, 2014

TOTOBOLA FUTEBOL À LUPA - 9ª JORNADA

Na semana passada quase consegui o pleno. Falhou o resultado do Benfica, naquele que era sem dúvida o jogo mais complicado de acertar da jornada. Vai ser difícil fazer melhor esta semana... ou não pois se a lógica prevalecer...

Benfica-Rio Ave - 1
Penafiel-Estoril - X2
Vit.Guimarães-Sporting - X2
FC Porto-Nacional - 1
Marítimo-Moreirense - 1
Gil Vicente-Arouca - 1
Paços de Ferreira-Vit.Setúbal - 1X
Académica-Sp.Braga - 2
Belenenses-Boavista - 1

Começando pelo jogo que inaugura a jornada, será curioso ver como reage o campeão nacional à primeira derrota da época na Liga. A verdade é que se não fosse a grande exibição do guardião Matheus, os encarnados conseguiriam pelo menos um empate. Mas isso não aconteceu e existirá algum peso na equipa dado que não quererão deixar escapar a liderança, agora bem mais curta, com apenas um ponto de vantagem. À partida os da Luz não irão facilitar, mas do outro lado estará a turma vila-condense que, neste início de época, tem estado em excelente nível... e estará desejosa de vingar as três derrotas nas taças nos últimos meses! Boa oportunidade para Jonas se estrear a titular e mostrar que tem de caras lugar no onze.

De forma rápida, analisando os jogos de aposta simples, o FC Porto não deverá ter dificuldades de maior perante um Nacional muito inconstante neste arranque (apesar dos madeirenses terem um histórico de fazer a vida negra aos azuis e brancos no Dragão), assim como Marítimo deverá continuar a boa senda de resultados caseiros. O Gil Vicente poderá finalmente estrear-se a ganhar na Liga, até porque se não for agora, começa José Mota a candidatar-se à segunda chicotada em Barcelos. O Braga, depois da vitória sobre o Benfica, não deverá querer perder esta onda de euforia e poderá passar com facilidade em Coimbra onde os estudantes teimam em não acertar o passo. Por fim, o Belenenses, em grande forma, não deverá ter dificuldade em impor-se aos axadrezados.

Quanto aos restantes jogo, destaque para o jogo da jornada, com o Sporting a viajar até Guimarães onde terá um jogo muito difícil. Será que é o segundo grande da capital a cair no Minho no espaço de uma semana? O FC Porto já lá empatou e o Vítória está a fazer um dos melhores arranques da sua história, podendo mesmo superar esse palmarés caso vença os leões por mais de dois golos. Não será fácil e aposto mais num empate ou numa vitória leonina dado que os de Alvalade estão em fase ascendente e poderão dar aqui um importante passo na sua corrida ruma ao título.

O Penafiel-Estoril será um jogo imprevisível, com duas equipas muito inconstantes, mas dou maior favoritismo aos canarinhos cujos resultados nem sempre têm correspondido a exibições positivas. Já na Mata Real, o Paços surge como favorito, tem feito uma boa prestação, mas o Vitória também quererá somar pontos depois da derrota caseira na última jornada.

domingo, outubro 26, 2014

Re(a)lançado


Uma vitória catalã no Super Clássico desta tarde seria um rude golpe nas aspirações merengues para a Liga 2014/2015. Com quatro pontos de avanço, os de Barcelona podiam alargar para sete a diferença e apesar de ainda irmos na 9ª jornada, começava a ficar complicado para o Real acreditar que era possível inverter um potencial mau resultado caseiro.

E o jogo até começou como muitos outros acabaram nos últimos anos no Bernabéu entre estes dois, com o Barcelona a ganhar (há dois anos tive a felicidade de ver este jogo ao vivo, neste mesmo estádio, que terminou com vitória catalã por 1-3, com Mourinho no banco impotente para reverter o rumo dos acontecimentos). Neymar marcou logo aos 2 minutos, a passe do estreante Luís Suarez (ainda deu outro golo a Messi que Casillas brilhantemente evitou).

Pensou-se que a história ia repetir-se e o campeonato espanhol ameçava ficar pouco emotivo. Puro engano, o Real reagiu e de que maneira. Lances de perigo consecutivos, um deles com Karim Benzema a atirar ao ferro por duas vezes, adivinhando-se que o empate chegaria.

E chegou mesmo, na transformação de uma grande penalidade, clara por mão na bola de Piqué. E obviamente teria de ser o suspeito do costume a marcar, Cristiano Ronaldo, aumentando a sua série de jogos consecutivos a faturar e fugindo ainda mais na tabela do Pichichi de La Liga.

O Barcelona acusou o golo e nunca mais se reencontrou. Já o Real, privado de Bale, manteve a sua nova fórmula de jogo, com Isco na esquerda, James à direita e um duplo pivot no centro com Kroos e Modric, ambos muito batalhadores e com grande capacidade de construção. Um paradigma tático inovador dado que usa dois jogadores que são mais ofensivos que defensivos mas que se complementam e compensam muito bem nas transições e que lutam sempre com tudo pela recuperação da posse de bola. Na frente, Ronaldo e Benzema, ambos com total mobilidade, funções novas para o português que também já está a ser usado desta forma por Fernando Santos na seleção nacional. Será a transição para a nova fase da carreira de Ronaldo, a fase dos 30 anos que chegam em fevereiro próximo?

O Real acreditou na remontada que acabou mesmo por chegar, aos 10' do segundo tempo, na sequência de um canto de Kroos, com Pepe a aparecer no coração da área, livre de marcação e a atirar de cabeça, no segundo andar, de forma imparável para o fundo das redes de Cláudio Bravo. O segundo golo sofrido pelo Barça neste jogo e na Liga, pois antes do Super Clássico, nenhuma equipa espanhola havia ainda feito balançar as redes dos catalães.

Luis Enrique tentou mudar o rumo dos acontecimentos, lançou Pedro, Sergi Roberto e Rakitic, mas o futebol pouco objetivo do Barcelona tornou-se quase inofensivo, com exceção de um grande tiro do francês Matthieu (que jogou a lateral esquerdo em vez de central) que Casillas impediu de chegar ao fundo da sua baliza com impressionante estirada.

Ao invés, o Real, venenoso em contra-ataque, aproveitou as imensas perdas de bola dos catalães quer em transições quer em ataque organizado, para chegar ao terceiro e último golo, com Karim Benzema a fechar as contas não desperdiçando a oportunidade sozinho perante o chileno Bravo, dez minutos depois dos madrilistas se terem colocado em vantagem.

Muitas outras situações semelhantes houve, mas o último passe nunca entrou. Felizmente para o Barcelona ou o peso da derrota seria bem maior, vergando os catalães a uma humilhação que poucos suporiam antes da partida.

A Liga Espanhola ficou assim totalmente relançada, com os merengues a apenas um ponto da liderança, que poderá ser partilhada por Barcelona e Sevilha já amanhã, caso os andaluzes vençam o Villareal, no Estádio Sanchez Pizjuan. Logo atrás do Real, surge o Valência de Nuno Espírito Santo, com menos um que os merengues, podendo juntar-se aos valencianos o campeão em título, Atlético de Madrid, que amanhã tem uma curta deslocação ao campo do Getafe.

Quem pensou que as duas derrotas do Real no início da época, perante Atlético de Madrid e Real Sociedad eram sinónimo de fraqueza, estava completamente enganado. Real, Barça e Atlético podem ganhar o título numa luta que se prevê muito renhida até final, à imagem da época transata. A dúvida maior será saber se e quando Sevilha e Valência perdem o grupo de crónicos candidatos ou se, pelo contrário, conseguirão seguir neste comboio da frente.

sexta-feira, outubro 24, 2014

TOTOBOLA FUTEBOL À LUPA - 8ª JORNADA

Aqui vão os prognósticos para este fim-de-semana. O jogo entre Vitórias já terminou, com a formação da Cidade Berço a somar os três pontos em Setúbal. Como este era o jogo onde apostava na tripla, acaba por ser irrelevante este totobola chegar com atraso pois acertaria sempre...

V.Setubal-V.Guimarães - 1X2
Moreirense-Gil Vicente - 1X
Boavista-Paços de Ferreira - 2
Arouca-FC Porto - 2
Estoril-Belenenses - 1 2
Nacional-Académica - 1
Sporting-Marítimo - 1
Braga-Benfica - X2
Rio Ave - Penafiel - 1

Destaque para o jogo da jornada, o Sp.Braga-Benfica, no primeiro grande obstáculo fora de casa para a equipa de Jorge Jesus. O campeão nacional não venceu o único jogo de grau de dificuldade máximo nesta liga, na receção ao rival da segunda circular, pelo que há bastante expectativa para esta deslocação à cidade dos Arcebispos. Do outro lado, os guerreiros do Minho vão tentar pôr fim a uma série negativa de dois anos sem vencer os grandes em casa. O Benfica é claro favorito, mas o jogo não será fácil e qualquer resultado é possível. Como neste totobola entendo não pôr triplas nos jogos dos grandes, aposto num empate ou vitória dos encarnados.

Nota ainda para o jogo do Estoril-Belenenses, uma partida a seguir com interesse onde aposto numa vitória de qualquer das partes. O cansaço da Liga Europa pode tramar os canarinhos, até porque os do Restelo estão a fazer um campeonato positivo.

Também o Sporting-Marítimo será um jogo que, apesar do favoritismo dos leões, poderá ser difícil dada a excelente época dos insulares. A senda de vitórias dos de Alvalade coloca a equipa num excelente momento em termos psicológicos, mas os maritimistas não serão presa fácil.

Por fim, o jogo entre equipas minhotas, em Moreira de Cónegos, onde o lanterna vermelha, Gil Vicente, tenta somar a primeira vitória da temporada na Liga. Mas dificilmente será desta, dado que o Moreirense tem feito um percurso interessante. Em casa soma os três jogos disputados por empates, mas tem aqui uma excelente oportunidade para a primeira vitória caseira.

quarta-feira, outubro 22, 2014

Onde está a verdade?


Poderá ser contraproducente dizer o que vou dizer, sendo este um blog de futebol, mas é por situações como a que ontem se passou na Arena AufSchalke, que o meu desporto favorito é o Futebol Americano e apenas depois o Futebol chamemos-lhe convencional, vulgo Soccer para os americanos. E o porquê desta introdução? É que no Futebol Americano (desporto que por exemplo Jorge Jesus segue em algumas metodologias de treino, como a divisão por sectores) os treinadores podem contestar algumas decisões da arbitragem, que têm de recorrer à TV para verificarem se as decisões tomadas foram ou não correctas. Claro que também há erros, até porque nem todas as jogadas são passíveis de contestação e revisão via imagens televisivas, mas consegue-se ainda assim garantir uma maior verdade do jogo.

No futebol as novas tecnologias continuam a ser vistas como um bicho de sete cabeças. Uma indústria que move cada vez mais dinheiro, com marcas e investimentos associados de vários milhões, devia querer ser o mais transparente possível. Devia... Mas não quer. Basta ver o exemplo do Presidente da UEFA, Michel Platini, acérrimo opositor à introdução das novas tecnologias. Não conseguiu evitar a tecnologia da linha de baliza, introduzida no último Mundial (falta torna-la regra mas acredito que acabará por acontecer), mas aqui D'el Rey quando se fala na hipótese de parar o jogo para se verificar via TV se uma decisão arbitral foi correta.

Pelo contrário, vão-se acumulando árbitros em campo (já vamos em 6 nas competições da UEFA) mas a qualidade das suas decisões deixa muito a desejar. E o jogo de ontem do Sporting na Alemanha é apenas o pretexto para esta argumentação pois obviamente muitos outros lances como o de ontem continuam a ser mal ajuizados semanalmente, sem que ninguém mexa uma palha para o alterar.

A solução não poderá passar, naturalmente, por os treinadores poderem reclamar tudo e mais alguma coisa. Talvez uma decisão por cada 45 minutos e apenas em lances de penalties ou expulsões porque caso contrário, aí sim, o jogo perderia todo o seu ritmo e consequentemente o seu encanto.

Ao não se querer evoluir, o futebol, conhecido como o "The Beautiful Game", vai continuar a gerar polémicas, frustrações, revoltas e a afastar alguns que às tantas se fartam de tanta inverdade. Será que isso realmente importa aos Senhores do Futebol? É que enquanto os bolsos continuarem a encher-se estas questões são de somenos importância, como é a excessiva sobrecarga de jogos, com equipas e jogadores a chegaram aos finais de época ou no estaleiro ou de rastos. Who cares? The show (€€€€) must go on!

domingo, outubro 19, 2014

Quanto vale uma vitória?


Na Liga vale três pontos. Numa competição a eliminar vale a continuidade da prova. Contudo, vencer um clássico, na casa do rival, de forma contundente terá efeitos que vão muito para lá do próprio jogo. Quer positivos para o Sporting, quer negativos para o FC Porto.

A margem que é dada a Julen Lopetegui baixou consideravelmente, pelo menos junto da massa associativa. Começa a ser difícil explicar tanta rotatividade (neste jogo, fruto da jornada internacional das seleções é mais fácil perceber mas noutras situações...) e os resultados deixaram de aparecer. Muitos empates e agora a primeira derrota da temporada e a primeira competição perdida. Em teoria, a equipa do Porto só poderia crescer. Muita gente nova, muita qualidade, mas ao invés de ter tido um arranque titubeante mas em crescendo, a equipa entrou na época a ganhar consecutivamente e de repente parece ter perdido o norte. Muita posse de bola, pouca objetividade, erros consecutivos na transição que já valeram muitos dissabores (exemplo máximo foram as ofertas no jogo da Champions na Ucrânia).

Porém, mais do que analisar os erros, devo realçar o quão importante poderá ser esta derrota em termos psicológicos. Perder um jogo e uma competição, contra um rival, em casa, perante os seus adeptos, poderá ser um obstáculo difícil de ultrapassar. Resta esperar pelos próximos jogos e perceber se a eliminação da Taça de Portugal vai ter custos mais elevados.

Ao invés, o Sporting poderá ter nesta vitória o momento de viragem da época. Uma equipa jovem, repleta de talentos formados em casa, a quem falta experiência e, acima de tudo, hábito de vitórias. Ganhar desta forma no Dragão e atirar para fora de uma competição o rival, será sem dúvida um dínamo motivacional e de confiança para uma equipa que entrou aos soluços na temporada.

Pessoalmente (e aqui o escrevi no arranque da época), o Sporting parecia-me claro favorito a arrancar na frente dado manter a equipa base, com alteração no timoneiro (que considero para melhor). Quatro empates neste início da Liga (e apenas um ponto na Champions, apesar de neste caso ser aceitável) levantaram muitas interrogações. A equipa parecia estar um degrau abaixo da dos rivais, mas a estabilidade da mesma fazia crer que o arranque poderia dar um avanço que mais tarde beneficiasse os leões. Contudo, os seis pontos que tem de atraso do líder Benfica, poderão a partir de agora parecer mais facilmente recuperáveis tendo em conta a força que a equipa demonstrou esta tarde.

Em breve, teremos certezas do impacto do resultado de hoje, mas verdade seja dita, o mérito de ganhar apostando maioritariamente na prata da casa (no onze tinha seis jogadores formados em Alcochete, alguns já não são propriamente jovens mas isso é irrelevante para o caso) é um exemplo que deve servir para FC Porto e Benfica num momento que poderá ser de viragem com o fim dos fundos previsto para daqui a um par de anos. Como já aqui o escrevi, o caminho terá de ser o da aposta na formação e nesse capítulo, o Sporting poderá dar lições aos rivais.

E uma palavra final para Marco Silva, que considero o melhor treinador português da Liga. O início de época levantou algumas reservas nesta forma de pensar, mas mais uma vez o jovem treinador começa a mostrar o seu valor. E o FC Porto que o diga pois perdeu nas últimas duas vezes que o técnico viajou ao Dragão. E resta saber como será no campeonato, apesar de estarmos a muitos meses de distância desse embate, que certamente será já noutras circunstâncias.

sexta-feira, outubro 10, 2014

Coragem

Brilhante foi a exibição da Seleção Nacional Sub-21 ontem na Holanda. Com o mesmo brilhantismo que teve em toda a fase de qualificação para o Europeu, onde somou oito vitórias em outros tantos jogos. Ontem foi a nona e provavelmente na terça-feira será o pleno, antes da fase final do Europeu que poderá levar Portugal aos Jogos Olímpicos do Rio 2016, caso seja um dos quatro semi-finalistas, um objetivo que falha desde Atenas 2004, onde a equipa liderada por Cristiano Ronaldo teve uma prestação para esquecer.

E se a vitória e a exibição merecem amplo destaque, prefiro pegar no tema pela coragem do Jornal A Bola, que hoje lança a questão que mais se impõe: "Como é possível não apostarem nestes miúdos?".

Sem entrar em demasiados detalhes, aqui fica uma curta análise de quem são e por onde andam estes jovens que infelizmente são contínua e maioritariamente preteridos pelos clubes que os formam:

  • José Sá - Passou nos juniores do Benfica, mas rapidamente foi dispensado e seguiu carreira no Marítimo. Chegou a ser titular na temporada passada mas entretanto já foi relegado para segunda opção atrás do francês Salin.
  • Ricardo Esgaio - Jogador formado e dos quadros do Sporting, tarda em ser aposta definitiva na equipa principal. Este ano, pela primeira vez, começou a somar minutos devido a lesão de Cedric mas ainda é visto como segunda opção. No entanto, será um dos mais próximos da afirmação.
  • Paulo Oliveira - Formado no Vit.Guimarães, chegou este ano ao Sporting mas nunca foi aposta até há uma semana atrás por lesão do brasileiro Maurício. Parece ter convencido na estreia a titular em Penafiel.
  • Raphael Guerreiro - Jogador luso-francês, fez toda a sua carreira em França onde é titular indiscutível do Lorient, do escalão maior gaulês. Ontem, demonstrou que tem qualidade para outros voos. Enorme exibição.
  • Ruben Neves - O único que é titular com regularidade num dos grandes. Aposta de Lopetegui, o médio ainda é júnior de 1º ano e é a exceção que confirma a regra.
  • Sérgio Oliveira - Formado no FCP, foi considerado uma grande promessa mas nunca teve oportunidades, de empréstimo em empréstimo, até à dispensa final para o Paços de Ferreira, onde joga pelo segundo ano consecutivo, mas o primeiro sem vínculo aos dragões.
  • Rafa - Destacou-se há dois anos no Feirense, tendo sido contratado pelos Guerreiros do Minho, onde rapidamente se afirmou ao ponto de ser chamado ao Mundial do Brasil, onde não jogou. Deu um passo atrás ao regressar aos sub-21 mas é outro dos poucos que soma minutos num dos clubes mais competitivos da Liga Portuguesa.
  • Bernardo Silva - Formado no SL Benfica, brilhou na última época na equipa B, recebendo vários prémios do melhor jogador do segundo escalão, com os treinadores desta divisão a considerarem-no unanimemente como um enorme talento. Na equipa principal não teve mais do que 10 minutos na última jornada da Liga passada, no Dragão. Foi emprestado (ou vendido? quem sabe?) ao Mónaco onde já soma vários jogos a titular e tem maravilhado a imprensa francesa. O caso de maior indignação por nunca ter tido qualquer oportunidade de Jorge Jesus.
  • Ricardo Pereira - Foi formado no Sporting mas foi dispensado antes de ser sénior. Aproveitado pelo Vit.Guimarães, convenceu o FC Porto a contratá-lo. No Dragão há dois anos, praticamente não tem tido oportunidades.
  • Ivan Cavaleiro - Mais um que foi formado na Luz, destacou-se na equipa B, chegou a ser chamado à equipa principal, mas rapidamente deixou de ter oportunidades e foi emprestado ao Corunha esta temporada.
  • Mané - Grande promessa da formação do Sporting, vê escassearem os minutos na equipa principal esta época, com a preferência de Marco Silva a cair em Nani, Carrillo e Capel.
  • Iuri Medeiros - Outro que anda esquecido na equipa B do Sporting, sem oportunidades até à data na equipa principal.
  • Ricardo Horta - Dispensado do Benfica, onde se formou, maravilhou no Vit.Setúbal há um ano e foi contratado pelo Málaga onde tem estado em bom plano.
E não esquecer o banco onde outros jogadores têm percursos semelhantes (Bruno Varela não passa da equipa B do Benfica - Jesus até preferiu Júlio César cheio de dores a dar a oportunidade ao guardião na Champions; Rúben Pinto anda perdido na equipa B há pelo menos 2 anos, Tozé foi um dos melhores marcadores da segunda Liga na temporada passada mas quase não foi aposta na equipa principal do FCP e já anda emprestado no Estoril, Luís Martins nunca teve oportunidades no Benfica, tendo sido dispensado para Barcelos e este ano contratado pelo Granada, Tiago Silva foi formado e dispensado do Benfica e joga há já um par de anos no Restelo) e outros que por lesão não puderam estar presentes (Edgar Ié, vendido ainda jovem pelo Sporting ao Barcelona, Rony Lopes, vendido ainda juvenil pelo Benfica ao City, Tiago Illori, vendido pelo Sporting ao Liverpool ou Gonçalo Paciência, na equipa B do FC Porto, nunca tendo hipóteses na formação principal).

Valor não falta, falta coragem. Um dia isto mudará (espero!), mas quando?? Salvam-se aqueles que já estão na AA por terem sido aposta, como William Carvalho, André Gomes e João Mário, mas são três andorinhas que infelizmente não fazem a primavera do futebol português.

sexta-feira, outubro 03, 2014

TOTOBOLA FUTEBOL À LUPA - 7ª Jornada

A semana passada foi um pouco melhor, mas não muito... à sétima é que é!!


Vitória de Guimarães-Boavista - 1
Esta coisa de achar que o Boavista é muito fraco começa a sair caro! Três jogos seguidos sem perder, dois deles somando vitórias. Mas desta será mais difícil. O Vitória está em excelente forma e apesar da primeira derrota na semana passada, por números pesados, no Funchal, frente ao Marítimo, acredito que voltará às vitórias que já lhe fogem há precisamente três jogos.

Penafiel-Sporting - 2
O início de época do Sporting não tem sido fácil. Apenas duas vitórias em 8 jogos oficiais, um fraco pecúlio para quem ambiciona regressar aos títulos. A isso ainda se junta o azar do sorteio da Taça de Portugal, onde lhe saiu claramente a fava, tendo de se deslocar ao Dragão logo na estreia na competição em 2014/2015. Apesar dos solavancos, o Sporting é claro favorito perante o Penafiel que vem de dois jogos seguidos sem perder, desde a entrada de Rui Quinta como treinador, mas será difícil aos durienses evitarem a derrota nesta partida.

Paços de Ferreira-Marítimo - X
Aqui está um dos jogos mais imprevisíveis da jornada. Duas equipas a fazerem um bom início de época, especialmente os insulares, que seguem no segundo lugar em igualdade pontual com o FC Porto. O Paços apenas perdeu frente a Benfica e Porto, ambos os jogos fora, o mesmo número de derrota que o Marítimo apresenta. Em função do bom momento e qualidade das equipas, não será surpresa se tudo acabar em divisão pontual.

Académica-Moreirense - 1X
Costuma dizer-se que só custa a primeira. No caso da Académica, a primeira vitória chegou na jornada passada, em Arouca. Quebrado enguiço, os estudantes quererão manter a senda triunfal. O Moreirense tem sido osso difícil de roer, tendo apenas perdido no Dragão e na Luz, e em ambos os jogos vendeu muito cara a derrota. O problema é a falta de eficácia ofensiva. Os cónegos são o pior ataque da prova, com apenas 3 golos em 6 jornadas (a par do Penafiel). Arrisco uma vitória dos da casa mas não será surpresa o empate ou mesmo a vitória dos minhotos.

Gil Vicente-Estoril - X2
Apesar do previsível desgaste provocado pela Liga Europa, a estreia a ganhar em competições da UEFA será um impulso moral que certamente superará o cansaço. Os estorilistas já haviam feito um excelente jogo frente aos campeões nacionais, perdendo apenas na reta final e depois de reduzidos a 10. Os de Barcelos continuam na cauda da tabela, com apenas um ponto, e somando péssimas exibições. Nem a chicotada psicológica deu grande resultado. José Mota tem importante jogo este domingo, mas não surpreenderá a vitória canarinha.

Benfica-Arouca - 1
Felizmente que o jogo não é para a Champions pensarão os adeptos encarnados, não fosse Jorge Jesus voltar a inventar. O Arouca não será osso fácil de roer. Equipa coesa e aguerrida, tem o histórico de nunca ter perdido no Estádio da Luz. Dois jogos na Liga principal e dois empates. Vamos ver se à terceira os encarnados terminam com o enguiço, num jogo onde são claros favoritos... mas também o eram nos anos anteriores...

FC Porto-Braga - 1
É o jogo grande da jornada. Duas equipas muito fortes, separadas apenas por um ponto na tabela. A verdade é que o Braga apenas venceu os seus jogos em casa e não será certamente no Dragão o jogo mais fácil para inverter essa tendência. Contudo, um empate já seria um excelente resultado para os pupilos de Sérgio Conceição, que regressa a uma casa que bem conhece. Os azuis e brancos vêm de três empates consecutivos na Liga (quatro se juntarmos o resultado da Champions na passada terça) e não podem facilitar mais sob pena de deixarem fugir em definitivo o rival da Luz. Poderá ser equilibrado, mas os da Invicta não vão perder mais terreno na luta pelo título.

Nacional-Rio Ave - 1
Depois de um excelente arranque, os de Vila do Conde têm vindo a cair. Não em termos exibicionais, mas no que diz respeito a resultados. Algo normal quando equipas mais pequenas jogam as competições europeias. O desgaste físico e psicológico faz-se sentir. O Nacional está a fazer um mau arranque mas não deixa de ser uma equipa valiosa que mais cedo ou mais tarde irá deixar os últimos lugares da tabela. Este domingo será uma boa oportunidade para dar início a esse caminho de recuperação.

Belenenses-Vitória Setúbal - 1X
O jogo que fecha a jornada coloca frente-a-frente duas formações que estão separadas por apenas três pontos. Os do Restelo são favoritos, até pelos bons resultados caseiros (com exceção na derrota frente ao Vit.Guimarães), mas a formação de Domingos Paciência quer finalmente começar a somar vitórias fora de portas. Um jogo interessante e de desfecho imprevisível.

quinta-feira, outubro 02, 2014

Um poço sem fundo


Vulgar. Banal. Fraco. Estes poderão ser alguns adjetivos para caracterizar o nível apresentado pelos clubes portugueses nas competições da UEFA este ano. Com a exceção do FCP, que apesar de tudo lidera o seu grupo, mas que teve uma exibição sofrível e por muito pouco não perdeu os três pontos na Ucrânia.

Mas mais do que analisar as exibições das equipas portuguesas, importa alertar para o início do declínio que se prevê do futebol nacional em termos europeus. Disso é paradigma o campeão nacional SL Benfica, cuja prestação na Champions envergonha o menos ferrenho dos adeptos. Tudo porque viu sair algumas das suas principais figuras e reforçou-se como pôde, sem grandes meios financeiros para tal, e com alguns investimentos duvidosos, como o grego Samaris, que ainda nada mostrou, mas que dando o benefício da dúvida sobre o seu valor, dificilmente valerá os 10M€ pagos pelo seu passe.

É certo que a procissão ainda vai no adro e se o Porto tem a faca e o queijo na mão para seguir na prova, até porque o At.Bilbau é uma sombra do que é habitual, Benfica e Sporting ainda podem sonhar caso levem a melhor nos dois jogos que se seguem, frente ao Mónaco e Schalke, respetivamente. Tarefa teoricamente mais acessível para as águias que para os leões, mas na realidade a nenhum dos dois se afigura fácil tal cenário.

É certo que Portugal tem escalado o Ranking da UEFA, tendo até iniciado a presente temporada no quarto lugar, à frente da Itália, algo impensável há alguns anos. Graças às prestações na Liga Europa, onde o Benfica nos últimos cinco anos atingiu duas finais e uma meia-final, o FC Porto venceu a competição por uma vez, o Sporting de Braga foi finalista vencido nessa temporada frente aos Dragões e o Sporting atingiu uma meia-final. Percurso brilhante das equipas nacionais na segunda divisão da Europa, mas mesmo esta prestação será certamente sol de pouca dura. O nível do futebol português está em claro declínio, fruto de dificuldades financeira e em breve do fim dos fundos (previsto para 2017/2018?). A estratégia que tem permitido a Benfica e Porto contratarem jogadores que dificilmente viriam para Portugal foi proibida pelas instâncias superiores do futebol internacional. Isso irá provocar um maior desnível entre os tubarões europeus e os melhores do nosso país. O caminho terá inevitavelmente que passar pela formação. Não há outra saída. Com academias de referência a nível mundial, as infraestruturas estão lá, falta a aposta nos jogadores, com exceção do Sporting, que ainda assim tem sido o único a seguir esse caminho. Curiosamente, esta época pela primeira vez pareceu querer inverter a tendência, contratando uma série de jogadores estrangeiros, mas que até à data não se revelaram superiores aos que saem da Academia de Alcochete.

No Dragão optou-se por um timoneiro espanhol proveniente das camadas jovens da Real Federação Espanhola que não teve pejo em promover um jovem de 17 anos à titularidade, Ruben Neves. É um pequeno passo num novo caminho, onde o clube poderá sentir algumas dificuldades dado que, apesar de alguns talentos, há menos escolha que nos grandes de Lisboa.

O Sporting, apesar da ligeira inversão de caminho, acima referida, terá de regressar à estratégia inicial. Ultrapassado pelos rivais da Segunda Circular no que há formação diz respeito, os leões continuam a formar vários talentos que esperam por uma oportunidade para se destacarem. Com estratégia idêntica dos rivais, os verde-brancos poderão ficar mais próximos dos títulos que há tantos anos lhes fogem.

Por fim, na Luz, adivinha-se um fim de um ciclo no término desta temporada. Jorge Jesus deverá pôr fim a um ciclo de seis anos (pelo menos assim parece pelas declarações de treinador e presidente na pré-época). Homem indicado para treinar equipas talentosas, quando falta as soluções, está longe de encaixar no perfil do treinador-formador, capaz de fazer de jovens das camadas jovens as estrelas da equipa (até porque a confiança que tem neles é pouca ou nenhuma).

2015/2016 poderá ser o início de um novo paradigma no futebol português, à beira de um precipício sem fundo. É certo que os primeiros anos não deverão ser muito positivos, mas a médio prazo é possível sonhar com um novo crescimento caso a formação continue a ser bem trabalhada pelos três maiores do futebol português. E sem dúvida que será a Seleção Nacional a grande beneficiada deste novo paradigma.