sexta-feira, agosto 22, 2014

E no fim ganha o Bayern (ou muito antes do fim...)

O ano passado foi em março, quando será este ano? Sim, porque pensar noutra coisa que seja o título para a equipa da Baviera é pura ilusão. Uma revista alemã escrevia há dias se mais gente tinha tido o pesadelo de ver o Bayern de Munique vencer a Bundesliga no Natal. Não chegamos a tanto (até porque matematicamente deve ser impossível), mas não custa adivinhar o desfecho final da competição.

Já que o desequilíbrio é tão grande, Pep Guardiola parece tentado a criar os seus próprios obstáculos, recriando o sistema tático, que ao que tudo indica passará a ser o 3-4-3, uma tentativa de recuar às bases do futebol de Johan Cruyff que com esta disposição tática venceu vários troféus no Barcelona e que é a génese de tudo o que é trabalhado em La Masia.

Se calhar, a adaptação custará um arranque menos potente que há um ano, mas dificilmente colocará em causa a hegemonia. Ainda para mais quando pelo segundo ano consecutivo rouba a custo zero um dos melhores jogadores do único rival (há dois anos Mário Gotze, agora Lewandowski... e já se fala que para o ano será Marco Reus). O Borussia de Dortmund até venceu a Supertaça há uma semana por 2-0, mas fruto das muitas ausências dos bávaros, dado que são a espinha dorsal da Mannschaft, que foi campeão do mundo há pouco mais de um mês, fazendo com que a maioria dos seus jogadores não jogassem ou se o fizeram, tenha sido com um ritmo de jogo quase nulo.

O mais interessante será mesmo ver como encaixaram Robben, Ribery e Lewandowski neste novo sistema, até porque habitualmente Guardiola abdicava de um ponta-de-lança de raiz. Onde caberá Muller? E Goetze? Saudáveis problemas tem o catalão com tanta qualidade para apenas onze lugares. Falta apenas alguém para o centro do terreno pois a saída de Kroos para Madrid, a lesão muito grave de Javi Martinez e as de média gravidade de Bastian Schweinsteiger e Thiago Alcântara deixam a equipa órfã no centro do terreno.

O rival Dortmund, se conseguir manter Reus e Hummels até 31 de agosto, volta a apresentar-se como a grande ameaça (ainda que longe do poderia bávaro). Perdeu o seu goleador para o rival, mas contratou Ciro Immobile, o melhor marcador da Série A na época transacta (ex-Torino), e ainda o colombiano Adrian Ramos, que foi um dos artilheiros na Bundesliga ao serviço do Hertha de Berlim. Mas o seu maior reforço será Gundogan, o médio que perdeu toda a temporada por lesão e que é o grande pêndulo desta equipa.

Mas se a luta pelo título parece ser desinteressante, mais intensa será pelos lugares de acesso à Champions, o 3º e 4º postos, com vários candidatos. Schalke 04, Bayer Leverkusen, Wolfsburg e Moenchengladbach prometem uma luta férrea pelos milhões da Champions. Contudo, só dos vencedores reza a história, pelo que o foco estará sobre os dois da frente. Será um campeonato à parte... se é que o Dortmund consegue sequer lutar contra esta máquina imparável de Pep Guardiola. A esperança de um mau arranque e de um foco de atenção na Champions poderá permitir maior equilíbrio interno.

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