quinta-feira, julho 17, 2014

Quando manter o treinador não é uma vantagem

Em 99% das vezes, manter o treinador é sinónimo de vantagem e estabilidade, ainda para mais quando o treinador é muito competente e os rivais têm um novo técnico à frente dos seus comandos. Mas há o 1% em que tal não se verifica, e é aí que se enquadra o SL Benfica 2014/2015.

A Tripleta da temporada passada e a manutenção de Jorge Jesus seria uma grande vantagem não fosse o êxodo encarnado. Lei do Mercado? Vontade dos Jogadores? Necessidade Financeira? É difícil saber, mas pessoalmente inclino-me para a última, uma vez que já estão nos cofres da luz 30M€ das vendas de Garay, Markovic e Oblak e o mais caro investimento foi um tal de Talisca, desconhecido médio proveniente do Bahia, que custou 4M€.

Do onze que levou a nação benfiquista à época quase perfeita, sobram Luisão, Maxi e Lima (Fejsa vai falhar meia época por lesão) e, por enquanto, Gaitan e Enzo Pérez, mas com grandes probabilidades de serem os próximos a sair e a aumentar a receita para um valor a rondar os 80M€ (ainda se irá juntar Djuricic, soube-se hoje, e quiçá Cardozo e Artur mas estes 3 não são pedras-chave da estratégica).

Construir uma equipa do zero é o desafio lançado a Jorge Jesus, mas por muito bons que sejam os jogadores (até ver não há um único reforço que seja um titular indiscutível, parecendo mais provável que suplentes como Artur, Jardel, Sílvio - se ficar e quando recuperado - Ruben Amorim, André Almeida, Suleijmani ou Cardozo se assumam como titulares em detrimento dos reforços) é utópico pensar-se que a máquina estará oleada e a carburar em pleno antes de novembro ou dezembro.

Claramente, o SLB perde a vantagem de manter o treinador, pois Jesus tem de trabalhar do zero porque se ele ficou, a debandada dos craques foi geral. Resta saber quem mais virá para a Luz, mas com mais de 15 dias de trabalho, não há guarda-redes titular, não há um único médio defensivo a fazer pré-época, falta um substituto para a quase certa saída de Enzo (Talisca até poderá surpreender, mas vindo do lentíssimo futebol brasileiro, levará por certo algum tempo para se adaptar ao futebol europeu) e um parceiro para Lima com as características de Rodrigo. Falta quase tudo, mas faltam apenas 20 dias para o primeiro jogo da época com um troféu em disputa... Resta saber o que dirá Jesus de tudo isto quando voltar a falar à imprensa.

Uma coisa é certa, se as coisas correrem mal, não será sobre o técnico encarnado que a família benfiquista irá cair, pois não foi por certo Jesus a desejar a partida do seu onze de sonho.

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