sexta-feira, julho 04, 2014

Central do Brasil



Intenso. Vibrante. Elétrico. O Brasil está nas meias-finais do Mundial e desta vez mereceu-o. Fez os seus melhores 45 minutos na Copa, com uma atitude, alma e querer que não se tinham mostrado até agora. Depois do choro, que tanta discussão tem suscitado no Brasil, veio a raiva.

Foi com uma vontade férrea que o Brasil entrou no jogo. Quiçá porque sentiram que só assim poderiam vencer a seleção que melhor tinha jogado até ao momento. Pressão muito alta, uma capacidade de luta ímpar (até Neymar e Hulk vinham atrás recuperar bolas como se a sua vida dependesse disso) e um golo madrugador deixaram a Colômbia sem reação.

Assim foi todo o primeiro tempo, com o guarda-redes Ospina a evitar por mais do que uma vez o avolumar do marcador. Os equívocos táticos de Scolari foram os mesmos, mas com a entrada avassaladora, nem se notaram (exceto Óscar que nem se viu no jogo).

Perguntava-se onde estava a Colômbia que tinha maravilhado o mundo. Desorganizada, com uma organização defensiva débil e que apenas num ou noutro lance conseguiu criar perigo.

Obviamente, seria impossível para o Brasil manter aquele ritmo. Pekerman mexeu ao intervalo, tirando Ibarbo e colocando Ramos, tentando emendar a mão das opções erradas no onze. A máxima "em equipa que ganha não se mexe" não foi seguida e custou, em parte, a eliminação. O técnico argentino pensou pequeno e achou que tinha de se adaptar ao adversário, quando demonstrou ser muito superior ao Brasil ao longo de todo o Mundial.

A Colômbia foi para cima do Brasil, mas nunca conseguiu violar o último reduto canarinho, onde Thiago Silva e David Luiz foram gigantes. Não só marcaram os dois golos do escrete, como foram de longe os seus melhores em campo. O ex-Benfica marcou um dos golos deste mundial, num livre a mais de 30 metros da baliza, com a bola a fazer um efeito a fugir ao guarda-redes entrando na gaveta. O estádio veio abaixo e parecia que estava dada a estocada final.

A entrada de Bacca mudou esse sentimento (substituiu o irreconhecível Cuadrado). O avançado do Sevilha conquistou um penalty que James converteu e com 10 minutos para jogar tudo era possível. Foi hora do coração brasileiro ficar nas mãos mas foram poucos os momentos de real sobressalto.

Com este coração o Brasil pode sonhar. A ausência de Thiago Silva (viu amarelo) da meia-final será importante baixa (e resta saber a gravidade da lesão da estrela Neymar), num jogo onde veremos se o calor brasileiro derrete o gelo alemão. Uma final antecipada cujo vencedor será claramente o favorito da final.

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