domingo, junho 26, 2016

O galo preguiçoso


A França está nos quartos-de-final do Euro 2016, que se realiza no seu país, mas para lá chegar não se livrou de um valente susto. A Irlanda, à procura da vingança dos gauleses depois da célebre e polémica mão de Thierry Henry, no playoff de apuramento para o Mundial da África do Sul 2010, que deixou os irlandeses de fora de forma escandalosa, entrou a ganhar no jogo em Lyon. Um penalty convertido por Brady ao primeiro minuto de jogo, surpreendeu tudo e todos.

A Irlanda nem nos seus melhores sonhos poderia ter um arranque mais favorável e os franceses acusaram em demasia o golo. Ao longo de todo o primeiro tempo, as dificuldades de construção foram gritantes, tendo sido mesmo os irlandeses a conseguir uma ou outra oportunidade de golo.

Ao intervalo, Deschamps deixou Kanté no balneário e arriscou na entrada de Coman, até porque o trinco do Leicester já estava amarelado. E surgiu uma França completamente transfigurada. À imagem do que aconteceu em todos os jogos deste Euro, onde os primeiros 45 minutos foram sempre desperdiçados pela equipa da casa.

Foram só precisos menos de 20 minutos para a cambalhota, graças a uma tremenda asfixia dos gauleses ao seu adversário, que já nem da intermediária quase conseguia passar. Com Matuidi e Pogba a construir desde atrás e Griezmann mais central, atrás de Giroud, começaram a surgir mas espaços, mais combinações e a equipa conseguiu jogar pelas laterais, algo que não tinha alcançado na primeira metade.

Em três minutos, Griezmann bisou, mostrando porque é um dos melhores jogadores da Liga Espanhola. Pouco depois, expulsou o central irlandês que o derrubou quando seguia isolado para a baliza à entrada da área. O jogo morreu aí. Houve tempo para Gignac, que entrou a substituir Giroud, atirar uma bomba à barra, mas os franceses nunca conseguiram matar completamente a partida, pois faltou o golo da tranquilidade. Isto apesar dos irlandeses não voltarem a conseguir pôr a defesa francesa em sentido, ela que tinha tremido tanto até ao empate, em especial Adil Rami, que teve um jogo para esquecer.

Com a passagem da França, poderemos ter um histórico França-Inglaterra nos quartos. É preciso é que a surpreendente Islândia o permita... Quanto à França. soma dois títulos em quatro organizações de grandes torneios (um europeu e um mundial em duas organizações de cada um), pelo que chegou a hora de desequilibrar os pratos da balança. A seu favor?

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