domingo, novembro 06, 2016

Entrar a matar


Prognósticos só no final do jogo. Esta frase que se tornou famosa de um jogador algures nas décadas de 80 ou 90 é sem dúvida a que melhor se aplica a qualquer clássico como aquele que hoje coloca frente-a-frente FC Porto e SL Benfica.

Mas se é difícil prever o desfecho final desta sempre apaixonante jogo, podemos prever algumas das coisas que são expectáveis vermos nesta partida, ainda que depois, a imprevisibilidade do jogo e o seu factor aleatório, que fazem deste o desporto-rei a nível mundial, deixem tudo em aberto sobre o resultado final.

Olhando para o histórico de Rui Vitória à frente do Benfica desde a época passada, nos grande jogos que disputou, sejam eles a nível nacional, contra FC Porto ou Sporting CP, ou internacional, como em Madrid com o Atlético, em Munique com o Bayern ou em Nápoles, mais recentemente, uma coisa parece certa. Os encarnados vão entrar no jogo a tentar mandar no mesmo e a procurar chegar rapidamente ao golo. E será essa capacidade de o fazerem, ou não, que poderá decidir o desfecho do encontro no Dragão.

Há um ano precisamente neste mesmo estádio, um Benfica ainda aos trambolhões entrou no Dragão de forma decidida. Durante os primeiros 45 minutos o FC Porto não criou praticamente um lance de golo, ao contrário dos encarnados que viram Casillas negar-lhe a vantagem por mais do que uma vez. Não é que os da Luz tenham sido extraordinários, mas na altura surpreenderem os dragões sem que contudo tenham conseguido transformar em golos o seu domínio na partida. Acabariam por perder o jogo num golo solitário dos azuis e brancos nos momentos finais do jogo.

Já frente ao Sporting, primeiro na Luz para a Liga, depois em Alvalade para a Taça, cerca de um mês depois, e por fim de novo em Alvalade para a Liga, já em plena segunda volta, o Benfica de Vitória repetiu a dose. Em todos os jogos entrou por cima. Mas a grande diferença foi a capacidade de marcar. Nuns jogos conseguiu-o, noutros nem por isso.

Na Luz não o fez nem foi especialmente perigoso. Mas dominou sem conseguir criar perigo. Já o Sporting marcou nos três primeiros remates. Nos jogos de Alvalade o Benfica entrou sempre mais forte e em ambas as ocasiões marcou cedo. Porém,  na Taça, um golo dos leões à beira do intervalo mudou o rumo dos acontecimentos. Acabariam por semana impor os leões mo prolongamento.

Na Liga o filme foi igual mas sem que os verdes brancos tenham conseguido reentrar no jogo depois da supremacia inicial dos tricampeões.

Se olharmos para os exemplos europeus, o Benfica de Vitória repetiu a postura, mas com realidades diferentes. Em Madrid entrou bem mas sem marcar acabaria por se ver em desvantagem, que viria a contrariar batendo o Atlético. Em Munique entrou a perder ao primeiro minuto e apesar de boa resposta não mais se mexeria o marcador. Já em Nápoles está época,  os encarnados voltaram a entrar muito fortes, perderam dois golos feitos e ao primeiro remate dos italianos chegou o golo, a que se juntou uma exibição infeliz de Júlio César para uma derrota pesada.

O denominador comum parece óbvio dos encarnados. O resultado nem por isso. Mas certo parece ser um Benfica forte nos primeiros minutos do jogo.

ESTE TEXTO FOI TAMBÉM PUBLICADO NO BLOGUE BOM FUTEBOL

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