sexta-feira, setembro 08, 2017

A manta curta do dragão de Sérgio Conceição


É inquestionável a pujança do FC Porto neste arranque de temporada. Mérito para Sérgio Conceição que com as mesmas peças de Nuno Espírito Santo e recuperando alguns proscritos do ex-treinador, que regressaram de empréstimo. Um estilo de jogo muito agressivo, com pressão alta e recuperação da bola em terrenos adiantados, para causar maiores desequilíbrios com o adversário descompensado. Falta apenas melhorar a eficácia que ainda é baixa para o número de oportunidades criadas, como as duas vitórias fora por 1-0 demonstram, onde podiam os dragões ter vencido de forma confortável.

À luz destas exibições e dos resultados obtidos, é natural que para muitos analistas os azuis e brancos surjam como favoritos, dado terem um onze forte, com uma tremenda estrutura defensiva, onde assenta o sucesso das equipas campeãs. E um ataque pujante, com dois (de três contando com Marega) avançados fixos com grande capacidade física o que desgasta e muito as defesas contrárias.

Tudo são ingredientes para a receita de sucesso que os da invicta tanto desejam, o título de campeão que foge há já quatro temporadas. Porém há uma questão que parece esquecida à maior parte dos analistas e que poderá ser decisiva: o muito limitado plantel do FCP.

Apenas nas laterais defensivas há quatro opções de muito valor, onde baixas por lesão não deverão fazer grande mossa. Contudo, no centro da defesa há apenas a dupla Felipe/Marcano e o mexicano Reyes como alternativa, sendo que este último surge agora como opção para o posto de trinco, onde há outra lacuna, pois Danilo não tem um suplente com características semelhantes. A alternativa é André André, mas o médio não é um trinco de raiz.

Nas alas, há Brahimi e Corona, mas depois apenas Hernâni é um ala, com Otávio a aparecer como alternativa apesar de ser um 10. E no ataque, Soares e Aboubakar apenas têm Marega como opção o que é muito curto num sistema de dois avançados.

Em suma, e no momento em que começa a apertar o calendário, com o arranque da Liga dos Campeões, Sérgio Conceição estará certamente a pedir a todos os deuses que não haja lesões nestas posições pois a perda de 2 ou 3 peças-chave podem ser fatais nas suas ambições. Mais do que os rivais, a luta do FCP será mesmo com a capacidade de manter o curto plantel saudável. E mesmo sem lesões, será hercúlea a tarefa de Conceição em conseguir gerir tanta competição com tão poucos jogadores sem que haja quebras de rendimento, com a agravante do estilo de jogo asfixiante ser extremamente desgastante para a equipa.

O favoritismo dos dragões poderá ser medido em Novembro ou Dezembro. Até lá, é tempo de ver a resposta do Porto a estes desafios.

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