segunda-feira, fevereiro 20, 2017

O Ovni de Rafa, a foca de Salvio e os dentes de um grego no bar do Simão


A tradição já não é o que era. Quando dava o Festival da Canção não havia mais nada no país ao mesmo tempo. Isto de porem o Benfica a jogar à mesma hora que o Festival da Canção é um crime lesa pátria! Como o Benfica ir jogar a Braga e não jogar em casa...

A análise ao Festival da Canção deixo-a para o Goucha e para o Malato, por isso vamos mas é falar de coisas sérias! O Benfica ganhou na Pedreira e continua na frente. Só que garantir os três pontos esteve longe de ser fácil. Mais facilmente o tipo que entrou no bar onde estava o Jorge Simão sacou a tipa que ele andava a dar conversa há não sei quantas horas.

E na verdade o Simão voltou novamente a ir para casa a xuxar no dedo e tudo graças a um grego que parece o Tutankamon. Com o Jonas de fora devido a ter de se apresentar no Centro de Saúde de Sete Rios às 7h da manhã desta segunda-feira, como qualquer idoso que se preze quando a contas com problemas clínicos, o Benfica parecia que não sabia muito bem o que fazer à bola nos últimos 20 metros. E tudo por culpa de quem? De dois jogadores para quem a que fazer à bola parece um mistério.

O pequenito Rafa fez talvez o seu melhor jogo com a camisola do Benfica, mas à imagem do que já havia acontecido noutros jogos, desconhece o que é uma baliza. Há quem veja Ovnis a pairar por cima de uma azinheira (espera, isso era a Nossa Senhora... adiante) e depois há o Rafa, que vê uma baliza duas ou três vezes ao ano e não sabe ainda se há de acreditar que existem ou não. O ex-jogador do Braga parecia que estava a jogar em casa, como nos tempos dos arsenalistas, sempre a rasgar em alta velocidade, sem que os seus ex-companheiros soubessem muito bem como o travar. Eles até souberam, foi dando com força nas suas pernas para que Rafa os deixasse respirar um bocadinho. O problema de Rafa foi mesmo quando chegou perto da baliza, onde como sempre procura alguém a quem passar a bola, que aquilo de a chutar para umas redes não é para ele.

Ao invés, o argentino Salvio parece que está a querer recuperar dos vários meses que perdeu nos últimos anos devido a lesão. Como esteve tantos e tantos jogos de fora, quer a bola só para ele. Parece uma foca a fazer números de circo. Pega nela e lá vai ele. Finta um e perde a bola. Finta dois e perde a bola. Não finta ninguém e perde a bola. Chuta de qualquer maneira para lado nenhum. E quer que lhe passem a bola sempre que possível que isto de ir atrás dela é coisa para cansar. Sempre que está em campo e não na enfermaria, o lateral esquerdo contrário já sabe que a Avenida Salvio está aberta à sua circulação.

Gosto muito do Salvio mas não percebo porque continua a jogar a titular. O seu momento de forma faz com que até o Carrillo pareça um dos melhores extremos do futebol europeu. Nunca defende e é por aí que passa (a par do Pizzi como já aqui falei há dias) a falta de segurança defensiva do Benfica. Ainda para mais, por estar em campo, obriga o jogador mais talentoso do plantel, o sérvio Zivkovic, a ficar agarrado à esquerda onde rende muito menos que à direita. E pior é que com o Salvio em campo o Pizzi parece que fica com o estrabismo mais acentuado e só olha para a direita por onde a equipa do Benfica canaliza 90% do seu jogo.

Dito tudo isto, o jogo foi muito difícil, o Braga jogou com uma garra que se certamente a tivesse tido nos últimos cinco jogos não tinha ficado a pão e água como o seu treinador no bar. O meio-campo do Benfica voltou a ter muitas dificuldades, especialmente o Fejsa que joga sozinho contra o mundo e com tantas porcas e parafusos cheias de ferrugem ainda acaba em Sete Rios como o Jonas!

Felizmente, quando parecia que ia ficar tudo como começou, surgiu o grego Mitroglou, pela segunda vez nesta semana, a resolver o jogo. Até deu para perceber que tem dentes, algo nunca antes visto em dois anos em Portugal. Para além dos dentes que nunca tinha mostrado, este Tutankamon helénico mostrou ainda uma capacidade técnica desconhecida. Andou dois anos a fingir que era trapalhão só para garantir os três pontos na Pedreira. Qual Messi que finta 20 chineses numa cabine telefónica, Mitro saiu do meio de três ou quatro arsenalistas e acabou com o jogo. Provavelmente, inspirou-se na história de Jorge Simão. É que ter relações num WC de discoteca dever ser mais ao menos como o golo do grego. Obriga a encontrar espaço para a concretização num terreno muito apertado.

Agora é esperar que o Jonas consiga senha para atendimento até sexta-feira para regressar para a receção ao Chaves e deixar o Porto a quatro pontos na expectativa que não saibam jogar xadrez no Bessa. Até porque depois de jogarem com uma equipa como a Juventus na quarta-feira, com um equipamento a fazer lembrar os irmãos Metralha, talvez a claque não ameace mais nenhum árbitro com medo de acabar com uma camisola semelhante... vulgo, no xadrez!

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