sexta-feira, junho 22, 2018

MUNDIAL À LUPA: Sair da cama para ir ao banco rendeu juros


Depois de uma estreia em que o resultado deixou a desejar para aqueles que são um dos principais favoritos à vitória, o Brasil repetiu durante 45 minutos a prestação da primeira jornada. Talvez porque à hora que entraram em campo, eram apenas 9h da manhã no seu país, a canarinha parecia que estava ainda a sair da cama. Felizmente, em boa hora Tite decidiu ir ao banco levantar o ouro da reserva brasileira e mudar por completo o jogo que só não terminou em goleada devido a extraordinária exibição de Keylor Navas.

O jogo começou em ritmo baixo, fruto da toada muito defensiva da Costa Rica, com o Brasil a não conseguir acelerar o seu jogo, praticamente só criando algum volume ofensivo através de Marcelo que por mais do que uma vez tentou alvejar a baliza do seu colega do Real Madrid. Neymar voltava a usar e abusar das fintas o que resultou em várias perdas de bola e faltas sofridas, pouco contribuíndo para o coletivo.

Os costarinquenhos, nas poucas vezes que saíram do seu reduto mais recuado, ainda conseguiram criar alguns calafrios à defesa brasileira, mas nenhum lance claro de golo daí resultou.

Apenas com a troca de William (muito apagado) por Douglas Costa ao intervalo é que o Brasil conseguiu finalmente dar velocidade ao seu futebol e a partir daí começou um verdadeiro massacre à baliza da Costa Rica. Nos primeiros 15 minutos do segundo tempo foram tantas as oportunidades que Navas, a sua defesa ou a falta de pontaria do escrete evitaram que resultassem em golo.

Neymar começou a aparecer a um nível superior, menos colado à linha, Douglas Costa com muitos movimentos diagonais a desequilibrar e grande verticalidade do trio do meio-campo brasileiro tornaram quase impossível a tarefa da defesa da Costa Rica. E quando Roberto Firmino entrou por Paulinho acentuou-se ainda mais a tendência do jogo.

Em todo o segundo tempo a Costa Rica apenas conseguiu ir até à baliza de Alisson por duas vezes, enquanto os brasileiros a cada minuto rondavam o golo que tardava em chegar. Pareceu estar perto a 15 minutos do fim, quando foi assinalado penalty pelo holandês Bjorn Kuipers, que foi salvo pelo VAR dado tratar-se de uma simulação de Neymar.




Os últimos minutos foram pródigos em perdas de tempo da Costa Rica, que fez por momentos parecer que estavamos a assistir a um qualquer jogo da Liga NOS. Os brasileiros desesperavam com as perdas de tempo mas um minuto após terem visto que tinham seis minutos para pôr a justiça no marcador, Coutinho acabava finalmente com o drama e volta a marcar como na primeira jornada. A festa foi enorme pois seria uma tremenda falsidade outro resultado que não a vitória do escrete.

A supremacia foi tal que ficou bem patente nos descontos em que mesmo depois do golo a Costa Rica praticamente não tocou na bola, não passou do meio-campo, tendo a canarinha controlado o tempo restante a seu belo prazer ao ponto de conseguir aumentar o placard para 2-0 aos 90+7 através de Neymar que finalmente pareceu ter chegado ao Mundial.

Após 45 minutos em que pareceu que ainda estava na cama, o Brasil teve uma exibição avassaladora, provavelmente a melhor de um favorito até ao momento neste Campeonato do Mundo.

Man of the Match: Keylor Navas (Coutinho para a FIFA)

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