Grande jogo de futebol a fechar o terceiro dia dos oitavos-de-final em Porto Alegre. O nulo no final dos 90 minutos poderia contrariar esta ideia, mas a verdade é que as oportunidades sucederam-se para ambos os lados.
A Alemanha surgia como claríssima favorita, mas após os primeiros 45 minutos, ficava a dúvida sobre quem seria de facto o mais forte. É que a Argélia surpreendeu por completo os alemães, que pareciam convencidos de que com serviços mínimos seguiriam em frente.
Com uma defesa composta por quatro centrais de origem, como já havia acontecido nos restantes jogos, a Alemanha foi constantemente ultrapassada a partir das alas, com Feghouli e Soudani mais velozes que os laterais adaptados (a ausência por lesão de Hummels foi uma baixa pesada, com Boateng a derivar para o centro e Mustafi a aparecer na direita), bem como através de lançamentos longos para as costas dos centrais, com Slimani a causar imensas dificuldades, ganhando a maioria dos lances. Valeu Neuer que foi mais líbero do que guarda-redes, parando vários lances de perigo com rapidíssimas saídas a zonas longe da sua baliza.
A Alemanha parecia anestesiada e apenas no segundo tempo pareceu entrar em campo. Conseguindo passar incólume ao fortíssimo primeiro tempo dos magrebinos, a formação germânica assumiu as despesas da partida. Mas seria apenas após a lesão de Mustafi e a entrada de Khedira, obrigando Lahm a um regresso às origens na lateral direita, que os alemães tomaram de assalto a baliza de Mbholi.
Foram muitos os lances de perigo, quase sempre a partir da direita, com Thomas Muller em plano de destaque. Só que Rais Mbholi parecia ter um íman que atraía sempre a bola. A Argélia já não conseguia sair a jogar nem incomodar Neuer.
Seria apenas no prolongamento que a Alemanha conseguiria arrombar o cofre argelino, com Schürrle (entrou muito bem no jogo) a marcar de forma pouco ortodoxa, num desvio esquisito após excelente jogada individual de Muller. Era o corolário justo da superioridade germânica, que seria consolidado à beira do fim, com Özil a finalizar uma jogada de insistência onde o que mais se realçou foi a falta de pernas de ambos os lados.
O jogo estava decidido, mas a Argélia ainda faria o tento de honra, já nos descontos, por Djabou. Um prémio justíssimo para os africanos que saem do Mundial de cabeça bem levantada. Chegaram a encostar os alemães às cordas no primeiro tempo e obrigaram o candidato ao título a ter de aplicar-se ao máximo para continuar em prova. Fica a magia do seu futebol, que claramente foi a melhor equipa africana no Brasil. Quanto à Alemanha, terá um grande jogo em perspetiva no próximo sábado, frente a um rival de longa data, a França.
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