sexta-feira, julho 04, 2014

E no fim ganha a Austeridade



O pior que pode acontecer num jogo de futebol em que a Alemanha está em campo é os germânicos colocarem-se em vantagem. E se for cedo ainda pior. Quando ainda nada tinham feito para se adiantarem, um lance de bola parada, concluído por Hummels de cabeça, deu a vantagem que não mais se alterou.

O jogo foi jogado a um ritmo muito lento, mas com a França a conseguir ser mais perigosa. A Alemanha dominou a posse de bola (que novidade!) mas com uma vantagem tão madrugadora, parece que o jogo deixa de ter balizas. Manietou por completo o papa-léguas Pogba acabando por ser a outra gazela francesa, Blaise Matuidi, a conseguir ser o desequilibrador.

Os lances de perigo criados pelos gauleses nunca foram de golo eminente e surgiram quase sempre a partir das alas, onde Griezmann acabou por ser o mais endiabrado (talvez por isso era o que chorava mais no final), arrancando vários amarelos aos adversários.

E quando se pensou que nos últimos minutos a França poderia encostar a Alemanha lá atrás, o erro de Deschamps, ao tirar Cabaye para fazer entrar Remy partiu a equipa por completo. Perdeu o meio-campo e a melhor oportunidade seria mesmo de Schurrle, que num contra-ataque em vantagem numérica, não conseguiu ultrapassar Lloris. Benzema ainda teve nos pés uma última oportunidade, no derradeiro segundo do jogo, mas Neuer não tremeu e impediu o prolongamento.

A Alemanha é uma equipa na verdadeira aceção da palavra. Domina o jogo, é austera na forma como ganha as partidas, não deixando o adversário jogar e em golpes cirúrgicos decide a seu favor. Parece que os relvados são só uma extensão da realidade social e económica europeia...

Nas meias, a Alemanha terá pela frente um de dois adversários completamente distintos. Se for o Brasil, só por milagre a formação germânica não é um dos finalistas. A capacidade coletiva de uma e outra equipa é de uma diferença confrangedora. Se, por outro lado, tiver a Colômbia como adversária, o fogo e velocidade dos Cafeteros poderá ser o mais difícil adversário que os alemães poderão ter. Já se viu com Gana e Argélia a dificuldade que têm perante este tipo de futebol...

A França fez uma excelente campanha para quem esteve à beira de nem sequer se qualificar. Faltou a estrela maior, Ribery, que tanto jeito tinha dado, mas tem tudo para ser um dos favoritos no Europeu que decorrerá em casa. Matuidi e Pogba são extraordinários e há ainda muitos jovens valores como Griezmann, Varane, Remy, Mangala, entre outros, que são o futuro desta equipa.

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