sábado, agosto 23, 2014

ANTEVISÃO LA LIGA: Na Guerra das Estrelas a que mais brilha é Cholo Simeone



Na Liga que há 10 anos vivia uma liderança bicéfala, repartida por Barcelona e Real Madrid, o Atlético de Madrid de Diego Simeone foi uma lufada de ar fresco contra a monotonia na temporada passada. E para quem pensa que foi um oásis no deserto, desengane-se... basta ver o desfecho da Supertaça espanhola ganha pelos colchoneros.

Começando pelos campeões, é verdade que saíram vários elementos fulcrais, todos rumo ao Chelsea (Courtois, Filipe Luís e Diego Costa), mas o fortíssimo investimento tornou a equipa de Simeone ainda mais forte: Oblak, Siqueira, Gamez, Griezmann e Mandzukic, sendo ainda de esperar ainda a chegada de mais um médio de características ofensivas.

A equipa continuará assim forte, mas o seu maior trunfo é sem dúvida Cholo Simeone. O técnico argentino é provavelmente o melhor da atualidade (claro que é discutível, mas não fica a dever nada a Mourinho, Guardiola, Klopp ou Van Gaal), porque faz mais com menos que os grandes tubarões da Europa. A equipa continuará fiel ao 4-4-1-1, com Griezmann a ser uma adição fenomenal, conseguindo o Atlético encontrar na Luz o substituto à altura de Courtois, dois dos melhores guarda-redes do mundo para os próximos dez anos.

Mas para pôr fim às conquistas da segunda equipa da capital, Real e Barcelona investiram mais uma vez de forma categórica. Os merengues juntaram à constelação o alemão Toni Kroos e o colombiano James Rodriguez. Em sentido inverso estarão Samir Khedira e Angel Di Maria. Se no caso da troca de alemães, Ancelotti sai a ganhar, na dos sul-americanos, será ela por ela. Perde velocidade e espontaneidade, mas ganha capacidade de passe, meia distância e poder de finalização. O italiano queria manter o argentino, mas Di Maria quer outros voos onde não tenha competição à altura para ser a estrela maior (PSG, Monaco ou United parecem ser os destinos possíveis, depois de Florentino ter recusado proposta do Barcelona).

Uma equipa de sonho, mas que continuará a viver da dependência de Cristiano Ronaldo. O seu estado físico será determinante para o sucesso dos merengues, mas uma recaída na primeira mão da Supertaça levanta muitas dúvidas sobre se o melhor do mundo conseguirá fazer uma temporada sem lesões. O plantel não ser muito extenso e com poucas soluções na frente de ataque (apenas um ponta-de-lança e poucas soluções para o lugar de CR7 e Bale) poderá ser uma fraqueza numa época longa e desgastante em várias frentes.

Por fim, na Catalunha, o Barcelona mudou o treinador, apostando num homem da casa, Luis Enrique, que depois dos Bês dos blaugrana, não teve sucesso na Roma, recuperando um trilho de maior sucesso em Vigo ao serviço do Celta. Será mesmo no banco que está a grande incógnita dos catalães, pois de resto a equipa parece muito bem apetrechada. Supriu a escassez de recursos no centro da defesa, com a chegada de Matthieu e Vermaelen, terá um novo ciclo na baliza, com Ter Stegen e Claudio Bravo na luta para suceder a Valdés, e viu chegar o melhor avançado do mundo, Luís Suarez, que apenas se estreará no eterno clássico com o Real, no final de outubro, por causa da célebre mordidela a Chiellini no Mundial do Brasil.

Desde Etoo que as estrelas para a frente de ataque se sucedem sem sucesso. Henry, Ibra e Villa não se impuseram. Suarez pelas suas características parece mais talhado a ter sucesso, mas Messi parece ter o dom de tudo ofuscar na Catalunha, que o diga Neymar, sobre quem recaem grandes expectativas de rebentar em definitivo esta época na Europa.

Este trio estará num campeonato à parte, que Atletico de Bilbau, Villareal, Sevilha e Valência tentarão incomodar. Este quarteto lutará pelo lugar que sobra de acesso à Champions, num outro campeonato que também se prevê interessante. Para Portugal, muito interesse em Valência, com Nuno Espírito Santo a liderar uma armada com muitos reforços encarnados (João Cancelo, André Gomes, Rodrigo e, provavelmente, Enzo Pérez). Não é a melhor liga do mundo (nada bate a inglesa) mas terá talvez as três melhores equipas da atualidade na Europa (apenas Bayern está ao nível destas). E se a luta for como há um ano, vai ser até ao último segundo!!

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