sábado, agosto 16, 2014

A mais imprevisível e espetacular Liga do Mundo



Arrancou há umas horas, no Teatro dos Sonhos (Old Trafford), em Manchester, mais uma época da Premier League. Candidatos são muitos. Quem vai ganhar é que é mais difícil adivinhar. Os suspeitos são os do costume: Manchester City, Chelsea, Arsenal, Manchester United (se se reforçar muito até final do mercado) e Liverpool (será? sem Suarez!).

Campeões em título, o Manchester City reforçou-se cirurgicamente, dois elementos pescados no Dragão (Fernando e Mangala), o guarda-redes Willy Caballero (ex-Málaga, que deverá ser alternativa a Hart) e ainda o lateral francês ex-Arsenal, Bakary Sagna, que se encontrava em final de contrato. Menos nomes sonantes do que habitual (fair-play financeiro a quanto obrigas) mas uma base campeã que passa a ter mais alternativas de qualidade. Mudanças no onze só a entrada de Mangala, o resto deverá manter-se. Uma boa condição física de Sergio Aguero será fundamental para sonhar novamente com o título.

Em Londres, Chelsea e Arsenal são os principais candidatos da capital. José Mourinho não ganhou nada no ano do regresso (algo pouco habitual no Special/Happy One) mas com um plantel bastante jovem procurava ainda construir uma equipa. A verdade é que poderia até ter sido campeão com alguma facilidade, quando liderava à entrada do último terço e com o calendário mais fácil. Porém falhou em jogos teoricamente acessíveis e viu esfumar-se o sonho. Mourinho identificou as lacunas e atacou forte o mercado, com Diego Costa e Filipe Luís a virem do campeão espanhol Atlético de Madrid e Fabregas do Barcelona (uma alfinetada valente nos Gunners). Juntam-se a estes o velhinho Drogba (o bom filho que a casa torna e que será bem mais útil do que o inoperante Torres) e o regresso do guarda-redes belga Courtois que deverá roubar a titularidade de muitos anos do checo Petr Cech (a melhor dupla de guardiões do mundo).

Se agora Mourinho já não tem desculpas para falhar, Wenger, depois de muitos anos de jejum, juntou a Supertaça à Taça de Inglaterra e apostou forte na contratação do ex-Barcelona Alexis Sanchez, que se junta a Ozil como estrela maior da equipa. Provavelmente até final do mercado chegará outro central e quiçá até um trinco e um ponta-de-lança (falta uma estrela nesta posição para o Arsenal ser em definitivo temível). Mas com ou sem mais reforços, os gunners parecem mais preparados do que nos últimos anos, assim as lesões habituais não surjam (até a esse nível Wenger fez profundas alterações para lutar contra o maior problema da equipa nas últimas temporadas).

Se estes três parecem os mais fortes, resta saber se o Liverpool sem Suarez (mas com Lovren, Manquillo, Moreno, Emre Can, Markovic, Lallana, Lambert, entre outros) conseguirá repetir a época passada. Com Champions e sem Suarez a tarefa de Brandon Rodgers parece hercúlea, mas um ponta-de-lança de renome internacional (Falcao e Cavani, também pretendido por Arsenal, são falados) poderá atirar a equipa para o patamar dos mais fortes. Diminuir a fragilidade defensiva também é objetivo e as aquisições de Moreno e Lovren poderão aumentar a resistência da fortaleza.

Para o fim, o eterno favorito Manchester United. Começou mal a Premier League (já soma uma derrota caseira, esta manhã, por 1-2, frente ao Swansea), mas nem é surpresa pois Van Gaal costuma ter arranques periclitantes nos clubes onde chega. O problema maior não é a derrota na estreia. É mesmo a falta de soluções. Uma pré-época só com vitórias parece ter escondido a falta de valor do plantel como já se viu hoje em Old Trafford. Nas duas próximas semanas terão que chegar, inevitavelmente, muitos reforços (pelo menos 2 centrais... eu diria três, um homem que faça o corredor direito... e talvez outro para a esquerda, um trinco, um 10 e mais um avançado pois Rooney e Van Persie serão curtos para uma época inteira). Cheguem os reforços (muitos nomes se falam, de Vidal a Cuadrado, entre outros) e com um dos melhores treinadores do mundo, os Red Devils poderão regressar ao lugar que merecem.

Uma palavra final para os habituais outsiders, Everton e Tottenham, que poderão mais uma vez intrometer-se entre os cinco maiores. Não serão candidatos ao título, mas poderão muito bem lutar pelo acesso à Champions. O Everton mantém a equipa e treinador depois de no último ano ter perdido o 4º lugar em cima da meta. Já o Tottenham, depois de ano desastroso com Villas Boas e Sherwood, tem agora o argentino Maurício Pochettino ao leme, proveniente do Southampton, que foi a revelação da época passada, e parece pronto para, com as muitas aquisições de há um ano, formar uma equipa capaz de voos mais altos.

A aposta para revelação, depois dos Saints em 2013/2014, é o Swansea, não por ter surpreendido esta manhã o United (já soma mais pontos este ano contra os favoritos, 3 pontos, do que na época passada onde somou 2 em 48 possíveis), mas pelo excelente naipe de jogadores, principalmente do meio-campo para a frente. Basta olhar para o duo ofensivo (Bony e Gomis) para perceber o poder ofensivo da equipa de Monck.

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