Nem sempre é sinónimo de vantagem ser cabeça-de-série. Que o digam os campeões nacionais Sport Lisboa e Benfica. Ficaram no grupo mais difícil da Champions (em termos de equilíbrio, pois há 3 grandes equipas no Grupo E - Bayern, Manchester City e AS Roma). O FC Porto terá um rival muito forte, os bascos do At.Bilbau, e duas viagens muito longas à Ucrânia e Bielorrúsia, mas é superior a Shaktar e Bate, enquanto o Sporting tem o tubarão Chelsea pela frente e os alemães do Schalke 04, ambos de outra realidade, que dificilmente os leões conseguirão derrubar, para além de um acessível Maribor da Eslovénia.
Começando pelo grupo C, o Benfica como equipa do Pote 1, salvou-se de enfrentar uma das maiores equipas da Europa, mas teve a pouca sorte de não ter pela frente qualquer adversário acessível. É o grupo mais equilibrado, com quatro equipas praticamente do mesmo nível, com a curiosidade de regressarem à Luz, Garay, Witsel e Javi Garcia. Para além de André Vilas Boas e Hulk, velhos conhecidos de Jesus e de uma página negra para os adeptos encarnados, no célebre jogo em que os dragões se sagraram campeões em pleno Estádio da Luz, com a rega a ser ligada e as luzes do estádio apagadas. Para além de uma viagem longa, terão pela frente uma equipa bastante forte, apesar de regra geral não ter muito sucesso nesta competição.
Também Leonardo Jardim regressará à Luz, assim como João Moutinho, Ricardo Carvalho e Bernardo Silva. Uma equipa monegasca que parece muito mais fraca que há um ano (ainda falta fechar o mercado) e que de todas poderá ser a mais acessível aos encarnados, ainda para mais se se concretizar a saída de Radamel Falcao. Por fim o Leverkusen, uma das melhores equipas alemãs, ainda que num patamar abaixo de Bayern e Dortmund. Há dois anos os encarnados levaram a melhor mas a equipa alemã está mais forte e mais experiente e será um duro osso de roer. É um grupo difícil de prever quem passará, pois qualquer uma destas equipas pode ficar tanto em primeiro como em último... Mas no caso do Benfica, grupos acessíveis já ditaram eliminações pouco prováveis, pode ser que com um grupo difícil, os níveis de concentração sejam máximos e sem margem para facilitismos.
O Sporting, no Grupo G, terá a missão impossível de enfrentar o Chelsea. Uma equipa de outro campeonato, onde dificilmente os leões poderão somar pontos. Sobram os outros dois adversários para sonhar com a passagem à fase seguinte. E se Maribor é completamente acessível e poderá permitir seis pontos aos leões, mais difícil será a formação alemã do Schalke 04. Com vários jogadores de top mundial, como o holandês Huntelaar, os campeões do mundo Howedes e Draxler, os prodígios alemães Max Meyer e Sidney Sam, ou o ganês Kevin Prince Boateng. Será uma tarefa hercúlea para os de Alvalade, até porque nesta competição, a experiência é decisiva e estamos a falar de um campeão europeu há 3 épocas (e a Liga Europa há 2) e de um Schalke que ainda o ano passado esteve nos oitavos-de-final da competição.
O FC Porto será à partida o que terá a tarefa mais fácil. Apesar da dificílima equipa basca do Atletic de Bilbau, num regresso de Lopetegui ao País Basco, de onde é oriundo, os restantes concorrentes parecem completamente acessíveis. O Shaktar já deu cartas na Champions, mas a guerra na Ucrânia, que os impede de jogar no seu estádio e a insatisfação de vários jogadores (a sua armada brasileira quer sair por causa do clima de tensão social) enfraquece substancialmente os ucranianos. Teoricamente seria um adversário complicado, mas as circunstâncias parecem ditar o contrário. Por fim, o Bate Borisov é um desconhecido, à partida completamente acessível, mas com o peso de uma longa e desgastante viagem, quando já têm outra à Ucrânia prevista. Será mais o risco do cansaço e os seus efeitos nas provas internas do que o de não passar à fase seguinte.
Um comentário final apenas aos restantes grupos, que parecem quase todos sem grande história, com dois grandes candidatos a passar em cada um dos grupos, com exceção para o já referido grupo E, onde Roma poderá intrometer-se entre Bayern e City (que já o ano passado se encontraram nesta fase). Porém, o nível atual do futebol italiano não parece permitir aos seus representantes lutarem de igual para igual com adversários deste nível.
Daqui a 3 semanas começa-se a escrever a história da Champions rumo à final de Berlim!
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