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domingo, julho 03, 2016
Os franceses que não gostavam de contos de fadas
Terminou o conto de fadas deste Euro-2016. E terminou de forma contundente, ainda que nem os pesados números da derrota islandesa tenha feito os seus fantásticos adeptos diminuir o apoio. E compreende-se, têm claros motivos para orgulharem-se da magnífica caminhada da sua seleção até aos quartos-de-final da prova, caindo apenas aos pés de um dos favoritos. Provavelmente o maior de todos, a par da Alemanha.
E se se falou de final antecipada entre Espanha e Itália e agora entre Alemanha e Itália, acrescento que a verdadeira final antecipada será o confronto das meias entre os organizadores do torneio e os campeões do mundo. Quer o destino que se enfrentem antes do jogo decisivo, com a certeza que quem levar a melhor chegará ao Stade de France com 90% do favoritismo... Contudo, é preciso confirmá-lo na hora da verdade que os jogos e os torneios não se vencem sentado no cadeirão.
Precisamente isso foi o que a França evitou hoje. Não assumiu qualquer pose aristocrática frente aos inesgotáveis islandeses e mostrou que nem todos os contos de fadas terminam de forma feliz. A eficácia dos Bleus foi decisiva na partida. À primeira clara oportunidade, Giroud abriu o marcador. Passados alguns minutos, Pogba subiu ao quinto andar na sequência de um canto, qual Michael Jordan, e cabeceou para o segundo. A Islândia ainda respondeu e esteve perto de reduzir, mas à beira do intervalo, os homens de Deschamps mataram em definitivo a partida. Primeiro por Payet, a mais cintilante estrela dos gauleses neste Europeu, num remate de fora da área rasteiro e colocado, e logo de seguida Antoine Griezmann, agora melhor marcador isolado do torneio, com quatro golos, que isolado fez um chapéu de fino recorte técnico, aumentando para 4-0 o marcador no descanso.
A história do jogo terminou, mas é justa uma palavra para a Islândia que, nem com uma pesada goleada ao intervalo, se entregou ao seu destino. Foi sempre em busca da baliza contrária, de forma mais afoita que habitualmente, mostrando que a abnegação é um valor central na mentalidade do seu povo. E com justiça marcou por duas vezes no segundo tempo, e até podia tê-lo feito em mais uma ou outra situação, uma delas onde Lloris, o guarda-redes e capitão dos franceses, fez uma fantástica defesa.
A França limitou-se a gerir a equipa e o resultado, mas ainda marcou mais uma vez, com Giroud a bisar e também ele a ficar no top-5 dos melhores marcadores do Euro-2016, que é maioritariamente ocupado por jogadores da França, sendo completado por Payet, também com três golos, assim como Bale e Morata.
Termina assim um lindo sonho nórdico, mas mantém-se o francês, de mais uma vez levar a melhor num grande torneio organizado na sua pátria. Quinta-feira saber-se-à quem será o vencedor da final antecipada, que ficará com todo o favoritismo para o jogo decisivo daqui a uma semana. Prognósticos, como dizia o outro, só no final do jogo! Mas se há equipa que possa parar a Alemanha é a França, quanto a mim, de longe as duas melhores do Campeonato da Europa.
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