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sábado, junho 11, 2016
Não foi paio... foi Payet!
E assim começou o Euro 2016! Com um golo fantástico de Dimitri Payet que selou uma vitória sofrida e já quase inesperada da seleção da França no jogo inaugural, em pleno Stade de France.
Os gauleses defraudaram muitas expectativas e deixaram muitos pontos de interrogação na estreia. Serão tão favoritos como se pensava? Apesar de um meio-campo fortíssimo, os franceses sentiram muita dificuldade para criar perigo num último reduto dos romenos, graças a uma boa organização dos de leste, que nunca deixaram de olhar a baliza de Lloris.
E seriam mesmo os visitantes a ter a primeira grande ocasião de golo, numa defesa soberba do guardião do Tottenham, que evitou um arranque azedo dos franceses. Respondeu Griezmann com uma bola ao poste, mas apesar de maior caudal ofensivo, como seria de esperar da França, a primeira metade foi morna e sem grandes motivos de interesse. Apenas mesmo a genialidade de Payet, que com pormenores deliciosos dava algum sal à partida.
O segundo tempo começou como o primeiro, com a Roménia à beira do golo, que só apareceria a meio da etapa complementar, com um golo de cabeça de Olivier Giroud, a responder a um centro da direita do inevitável Payet, que já tinha oferecido outro a Pogba minutos antes.
O extremo do West Ham foi sem dúvida a estrela da partida, que teve de puxar dos galões para suprir os eclipses das estrelas da companhia, Paul Pogba e Antoine Griezmann, ambos substituídos por Deschamps.
Mas a vantagem durou pouco, com Stanciu a repor a igualdade ao converter uma grande penalidade por si sofrida após falta de Patrice Evra.
Os franceses rapidamente vieram à procura da vitória, mas sem grande discernimento, com Coman e Martial a pouco acrescentarem, a não ser velocidade no caso do primeiro. Por isso, quando já estávamos dentro dos 5 minutos finais, os nervos eram imensos e já só um lance de génio parecia capaz de evitar tão grande balde de água fria nos Bleus.
O lance surgiu. E não foi sorte (ou paio, como se diz de forma mais corriqueira). Tinha mesmo que ser Payet! Um golo de outro mundo do extremo, já adaptado a 10 após a saída de Pogba. Uma jogada individual com um remate fortíssimo de pé esquerdo de fora da área ao ângulo superior esquerdo da baliza romena.
O champanhe saltou das garrafas. Era finalmente hora de uma França ainda a recuperar do choque de vários atentados do último ano sentir um momento de verdadeira alegria!
A procissão ainda mal saiu do adro, mas Payet parece já um forte candidato a uma das grandes figuras do Euro 2016. E quiçá lhe possibilitará voos maiores que os londrinos do West Ham.
A França terá de dar um salto qualitativo se quer chegar ao título, como aconteceu em outras ocasiões onde organizou um grande evento: Euro 1984 e Mundial 1998. Mas é preciso descontar os nervos da estreia, pelo que certamente esta vitória arrancada a ferros poderá dar outra tranquilidade aos gauleses.
Uma palavra para a Roménia que, apesar de ser uma seleção com muitas limitações, demonstrou qualidade para poder sonhar com a passagem à fase seguinte. Organização foi a palavra-chave desta formação que há muito estava afastada dos grandes palcos do futebol.
P.S.: Depois de um ano sem escrever, um momento como o Euro é suficientemente motivante para voltar à escrita. Até porque permite ficar afastado das questiúnculas pequenas das rivalidades do futebol nacional.Vou tentar acompanhar com crónicas alguns dos principais jogos do Europeu de França ao longo das próximas semanas.
P.S.2: Estou em França e sem dúvida que assistir na rua ao arrancar de uma competição desta dimensão e com a seleção da casa em ação é uma experiência única. Mesmo numa cidade onde não passará o Euro. O medo do terror parece afastado quando a bola começa a rolar. Que tudo corra pelo melhor e que seja uma grande festa! Pelo menos tive oportunidade de a viver quase por dentro neste arranque.
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