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segunda-feira, abril 17, 2017
O dérbi, a paixão e a razão
Muitos falam do Sporting-Benfica como um jogo que, basicamente, só interessa ao Benfica e ao FC Porto. Penso que falta aqui um detalhe, uma derrota dos verdes e brancos deita, em definitivo, por terra todas as possibilidades de os leões fazerem um brilharete nesta edição do campeonato. Não acredito, mesmo que consiga vencer o rival de Lisboa, que o Sporting chegue ao título mas tem condições ainda de aspirar ao segundo lugar.
E isso, neste momento, é possível. Difícil, sim, mas possível. E, vendo bem, não há assim um oceano a separar o Sporting desse objetivo... desde que, claro, bata o Benfica.
Reparo à minha volta e ouço muitos sportinguistas e benfiquistas a darem o favoritismo ao Sporting. Não percebo muito bem porquê, até porque nos dois últimos encontros entre os dois clubes, mesmo com o Sporting a jogar mais e melhor futebol, o vencedor deu pelo nome de Benfica. O que também é sinal de traquejo, experiência, estofo e sapiência perante situações complicadas. Para sustentar o que estou a dizer, convido quem torcer o nariz à minha linha de raciocínio a procurarem campeões nacionais em Alvalade. E mesmo no FC Porto temos Casillas, sim senhor, e Maxi Pereira, com um currículo bem recheado pela sua passagem na Luz.
Acredito que o Benfica vai tentar, como na época passada, entrar pressionante para ver se consegue marcar cedo e depois ficar na expetativa de um erro do seu opositor que possa vir a acontecer. E depois sabe perfeitamente que um triunfo em Alvalade é sinal de tetracampeonato.
Isto leva-me a outra questão. A quem interessa mais ao Sporting ver como próximo campeão nacional? Benfica ou FC Porto? Parece parva a pergunta, bem sei, mas eu acho que só vastíssimas razões de natureza emocional pode dizer que prefere ver o FC Porto campeão.
Passo a explicar porquê. É mau para o Sporting ver o Benfica campeão. Ainda por cima quatro vezes consecutivas, contudo, se o FC Porto conquistar o seu primeiro título em quatro anos vai fazer ressuscitar a conversa da bipolarização do futebol português. E nesta brincadeira o Sporting arrisca-se a ficar de lado por não ter requisitos para ir ao recreio. E é isso precisamente que o Sporting não deseja.
Depois, esta foi uma época de all-in do FC Porto que, na próxima época, terá mesmo de fazer 117 milhões de euros em vendas (está bem referenciado este desiderato no último relatório e contas) o que vai levar, inevitavelmente, a uma delapidação da qualidade do seu plantel. Falam-se em engenharias financeiras mas atenção que nesta matéria a UEFA não costuma deixar os seus créditos por mãos alheias.
Bem, para não me acusarem de não colocar em cima da mesa a possibilidade de o Sporting poder ser campeão ainda esta época eu, que não misturo em caso algum religião com fé clubística, cito apenas uma frase ouvida neste fim-de-semana por um sportinguista... muito sportinguista: "Deixe-me acreditar, não me esqueço que o Papa vem a Portugal em Maio."
PS - Como isto é um país a brincar ninguém ligou à arbitragem de um senhor chamado Hélder Malheiro no Tondela-Rio Ave. Aquilo não pode ser só uma tarde má, tem que ser mesmo incompetência
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