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sexta-feira, março 03, 2017
Rafa, um problema de definição (e comodismo?)
O problema de muita gente que vê futebol é que se limita a apreciar e a avaliar um jogador por tudo o que faz com bola. Isso é redutor e, por isso, é que é diametralmente diferente ver um jogo pela televisão, em que vimos (quase e em exclusivo) tudo o que mete bola, mas não apanhamos nada do restante nos mais diversos momentos do espetáculo.
Esta introdução serve para falar de Rafa. Não estamos a falar de um futebolista qualquer. Rafa já foi convocado para um Mundial, é um campeão europeu por mérito e foi contratado pelo tricampeão nacional de futebol. A isto temos de acrescentar o facto de ter sido a transferência mais cara do último defeso em Portugal e que motivou uma guerra sem quartel entre os três grandes.
Gosto de Rafa, considero-o um futebolista valiosíssimo mas aquilo que mais gosto neste extremo - e não, definitivamente, segundo avançado - tem a ver com os momentos em que não tem bola. Defende bem, tem uma reação fantástica à perda da bola que se calhar não vejo em mais nenhum extremo, ajuda o seu lateral e ainda cobre com empenho espaços na zona central em missão defensiva. Ter um futebolista destes no plantel é um luxo... e dos grandes.
Claro que Rafa é imprevisibilidade, velocidade, magia na ponta das botas, principalmente nas diagonais da esquerda para o centro, mas tem um problema de base e que, dificilmente, conseguirá corrigir com uma elevada taxa de eficácia aos 23 anos; a definição. Não é um ótimo finalizador e tem uma enorme dificuldade em perceber qual é a melhor solução nos derradeiros 20 metros, o que poderá ser determinante no futuro da sua carreira.
Esta análise é a análise do momento, porque não é a mesma coisa representar o Sporting de Braga e representar o Benfica, mas há sempre sinais a considerar e um deles é a falta de protagonismo de Rafa. Um futebolista mais ambicioso a jogar na sua posição e com as ferramentas que dispõe chamaria a si o centro das atenções. Claro que pode sempre dizer-se que é um futebolista de equipa, solidário, humilde mas os futebolistas que jogam mais perto da baliza adversária precisam de aquela dose de irreverência que não deteto em Rafa. Será comodismo? Talvez, mas aquilo que oferece, para terminar com a ideia inicial, é superlativo nomeadamente para quem vê o campo todo e está atento ao seu futebol quando a bola não está em seu poder.
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